Desde que conquistou o pentacampeonato, em 2002, a Seleção Brasileira não conseguiu repetir o sucesso em Copas do Mundo. De cinco competições realizadas, em quatro os brasileiros caíram nas quartas de final (2006, 2010, 2018 e 2022).
Chama a atenção que todas as quedas tiveram como algozes equipes europeias. Na única vez em que o time foi mais longe, é melhor esquecer. Foi em 2014, dentro de casa, quando foi superada pela Alemanha, nas semifinal, com uma sonora goleada por 7 a 1.
A cada revés, por mais dolorido que seja, é hora de se remobilizar e projetar o futuro. Depois da eliminação para a Croácia, o principal tema debatido diz respeito ao novo comandante. Com a saída de Tite, anunciada ainda antes da Copa, o debate sobre o próximo técnico ganhou força.
Será a hora de investir em um treinador estrangeiro? O que mais precisa ser feito? Há uma base de jogadores a ser utilizada visando o Mundial de 2026 ou é preciso começar tudo do zero? Abaixo, GZH relembra como o Brasil reagiu após outras desclassificações.
2006
Logo após a derrota para a França, por 1 a 0, no Mundial da Alemanha, as críticas à preparação do Brasil começaram a se acumular. O grande questionamento foi sobre a preparação feita em Weggis, na Suíça. Para se ter uma ideia, ingressos foram cobrados para acompanhar as atividades dos craques. Dentro de campo, o quarteto mágico montado por Carlos Alberto Parreira formado por Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo não encantou.
A saída encontrada pela CBF foi trocar o técnico. O escolhido para a missão foi Dunga, capitão do tetra em 1994, estreante na função. Na primeira convocação, em agosto de 2006, oito atletas que estiveram na Alemanha foram chamados. Durante o ciclo, nomes como Ronaldinho e Adriano ficaram para trás, enquanto Alexandre Pato não rendeu como o esperado.
2010
Tendo conquistado a Copa América em 2007 e a Copa das Confederações em 2009, Dunga chegou ao Mundial da África do Sul respaldado pelos resultados. O desfecho, no entanto, foi o mesmo. Com dois gols do meia Sneijder, o sonho do hexa fora adiado outra vez. Entre as objeções ao trabalho desenvolvido pelo profissional gaúcho, estava a ausência de caras novas, como Neymar e Paulo Henrique Ganso, que começavam a se destacar no futebol brasileiro.
A decisão da CBF foi, novamente, trocar o comando. A aposta foi em Mano Menezes, que vinha bom de trabalho no Corinthians. Logo na primeira convocação, a tão desejada renovação foi colocada em prática. Contudo, com os fracassos na Copa América em 2011 e com a prata nas Olimpíadas de Londres, em 2012, o trabalho foi interrompido. Para o lugar dele, Luiz Felipe Scolari foi anunciado.
2014
Depois do vexame no Mineirão naquela que foi a maior derrota brasileira na história dos Mundiais, Felipão encerrou a sua trajetória à frente da Seleção Brasileira. A decisão tomada pela CBF surpreendeu. Em vez de iniciar um processo de reorganização do futebol brasileiro, a opção foi trazer de volta um velho conhecido: Dunga.
O profissional até prometeu melhorar a relação com a imprensa, algo que não funcionou muito bem na primeira passagem, mas não teve tanto tempo. Com o mau resultado na Copa América, em 2015, e com a campanha irregular nas Eliminatórias Sul-Americanas, ele foi demitido, sendo substituído por Tite. O coordenador de seleções Gilmar Rinaldi também deixou o cargo, que foi assumido por Edu Gaspar.
Com Tite no comando, o Brasil sobrou na competição classificatória ao Mundial da Rússia. Destaque para a formação com Paulinho e Renato Augusto no meio-campo, além do surgimento do atacante Gabriel Jesus.
2018
A confiança parecia retomada. Pelo menos até o encontro com a Bélgica, com De Bruyne sendo o carrasco da vez. A reação após a derrota foi diferente. Algo inédito neste período aconteceu. Tite, mesmo derrotado no Mundial da Rússia, foi mantido no cargo. Antes dele, somente Telê Santana, em 1982, havia recebido uma segunda chance. Infelizmente, o destino de ambos foi o mesmo. Em 2019, Juninho Paulista assumiu como coordenador técnico.
Entre os principais pontos do trabalho desenvolvido pelo dirigente, esteve a maior integração entre todos os setores da Seleção Brasileira, além do melhor relacionamento com os clubes dos jogadores convocados, o que proporcionou um melhor acompanhamento da condição física e técnica dos atletas chamados por Tite.