
A dor da derrota e a busca eterna dos brasileiros para eleger um vilão fizeram de Tite um alvo. Principalmente, pelas decisões tomadas contra a Croácia. Porém, é inegável que o técnico se despede da Seleção Brasileira deixando uma herança altamente positiva. O seu sucessor assumirá o cargo com uma base de grupo bastante considerável. Vamos aos nomes.
Na defesa, Alisson, 30 anos, e Ederson, 29, tranquilamente podem cumprir um novo ciclo. Eles disputariam a Copa de 2026 com 33 e 32 anos, respectivamente. Marquinhos, de excelentes atuações na Copa, apesar da fatalidade do pênalti e do desvio no gol croata, tem apenas 26 anos. Militão, o sucessor natural de Thiago Silva, fará 25 em janeiro. Bremer, embarcado na reta final, tem 25 anos apenas. Gabriel Magalhães, 24 anos, é nome certo no próximo ciclo. Há outros surgindo, como Vitão, do Inter, que fará 23 anos em fevereiro.
As laterais, sim, são um problema. Daniel Alves, 39, veio se despedir no Catar. Danilo, 31, avisou, na coletiva pré-jogo contra a Croácia, que virará zagueiro. Alex Sandro, 31, sofre com lesões seguidas. Alex Telles, 30 a serem comemorados nesta semana, precisará, primeiro, buscar seu lugar no Sevilla. Mas é improvável que chegue como candidato a 2026. Renan Lodi, 24, e Caio Henrique, 25, podem ganhar vez.
Há ainda Arana, 25. Mas é preciso saber como voltará da séria lesão no joelho. Na direita, Vanderson, 21 anos, já estava no radar. Dodô, 24 anos, saiu do Shakhtar e joga na Fiorentina. Pode ser olhado. Ou resta torcermos para que Vinícius Tobias, 18, se afirme no Real.
No meio, Casemiro, 30, e Fabinho, 29, precisarão correr muito nesses quatro anos para se darem conta da exigência altamente física do futebol neste nível de elite. Fabinho, um ano mais novo, pode ser o esteio deste novo meio-campo. Porém, a linha sucessória vem forte.
Bruno Guimarães, 25, já tem uma Copa na vida. Paquetá, 25, tem uma como titular. Douglas Luiz, 24, é outro nome com histórico de Seleção. João Gomes, do Flamengo, Andrey Santos, do Vasco, e Danilo, do Palmeiras, surgem com grande potencial. Porém, precisam de rodagem na Europa para elevar o nível ainda mais.
O ataque é o setor no qual ficará o maior legado de Tite. Vini Jr. e Antony terão 26 anos em 2026. Rodrygo e Martinelli, 25. Richarlison, aos 25, tem, certamente, mais um ciclo. Raphinha, 25, precisará buscar seu lugar ao sol no Barcelona, para chegar com a confiança em alta. Gabriel Jesus tem 25 também, mas não conseguiu construir histórico de Seleção. Pedro, 25, terá de sair para ganhar estofo na Europa. Ficou claro, nos jogos que participou, que o futebol brasileiro está uma, ou duas, rotações abaixo do jogado do outro lado do oceano.
O ataque é o setor mais fértil do Brasil. Há nomes que sobraram nesta Copa, como Matheus Cunha, e outros que podem entrar no radar, caso de Evanilson, do Porto, 22 anos. Além disso, há uma safra promissora chegando.
A convocação da seleção sub-20 para o Sul-Americano tem nomes como Marcos Leonardo, 19, e Ângelo, 17, do Santos, Endrick, 16, do Palmeiras, e Vitor Roque, 17. Se confirmarem neste ciclo o crescimento vertiginoso que têm até aqui, podem ser alternativas. Quatro anos é muito tempo. Vale lembrar que Antony e Martinelli, em 2019, estavam na Copa SP.