
O ex-técnico do Arsenal, Arséne Wenger e o ex-atacante da seleção alemã Jurgen Klinsmann elogiaram o Brasil e a Argentina pela ousadia dos atacantes, em especial pelos dribles de Neymar e Messi. Hoje dirigentes da Fifa, o treinador francês e o ídolo alemão criticaram as equipes europeias pela falta deste fundamento em uma coletiva oficial de balanço da fase de grupos da Copa, nesse domingo (4).
Diretor de desenvolvimento de futebol da Fifa, Wenger apresentou alguns dados a respeito da primeira etapa do Mundial. Segundo o treinador, Brasil e Argentina têm uma média de dribles por partida 70% maior que os classificados europeus, que são Espanha, Inglaterra, Holanda, França, Portugal, Polônia e Suíça.
— Jogadores como Neymar e Messi não têm medo de driblar. Na América do Sul, isso é mais natural. Agora, cabe questionar: por que os europeus estão driblando tão pouco? — criticou.
A opinião foi endossada por Jurgen Klinsmann, que é chefe do grupo de estudos técnicos da entidade.
— Não surpreende os sul-americanos serem líderes nesta estatística. Lá, os meninos jogam nas ruas e driblam constantemente. Já na Europa, observamos uma tendência de se formarem jovens com uma filosofia de manter a posse da bola e dar o passe muito rápido. Isso afetou a capacidade de drible dos atletas — disse Klinsmann.
Wenger elogiou ainda a capacidade de Brasil e Argentina de pressionarem o adversário quando perdem a bola. Segundo os dados apresentados, os sul-americanos demoram menos de 15 segundos para recuperar a posse da bola, enquanto os europeus levam, em média, quase 20 segundos.
— Os mais eficientes nisso são Brasil e Argentina. De fato, estão muito bem. E o tempo que se leva para recuperar a bola pode ser decisivo — completou.
Por fim, Wenger disse que, nesta Copa do Mundo, as jogadas pelas pontas estão sendo mais decisivas que nunca, pois o meio-campo está mais congestionado que o usual.
— Os times estão bloqueando mais o meio-campo e, por isso, estamos vendo mais entradas pelos lados. Logo, os times que têm mais extremas são os que têm mais oportunidades de gol. Por isso, houve um aumento considerável nos gols marcados a partir de cruzamentos para a área em relação ao Mundial da Rússia — finalizou.