O jogador Richarlison, 25 anos, responsável pelos gols que garantiram a vitória do Brasil sobre Sérvia por 2 a 0 nesta quinta-feira (24), tem ganhado a atenção da mídia internacional e de torcedores. O atacante do Tottenham tem conquistado os internautas tanto por sua performance no jogo de estreia da Seleção Brasileira no Catar quanto por compartilhar nas redes sociais seus posicionamentos engajados em causas sociais.
No Twitter, o camisa 9 da Seleção Brasileira já publicou conteúdos repudiando a violência contra a mulher e a degradação ambiental. Além disso, desde o início da pandemia, se posicionou a favor do isolamento social e, quando começou a campanha de vacinação no Brasil, no ano passado, também se mostrou favorável a aplicação do imunizante contra a covid-19.
Devido às influência dentro e fora de campo, Richarlison tomou a decisão, em abril de 2020, de se tornar embaixador da USP Vida, programa de apoio ao desenvolvimento da vacina contra a covid-19, compra de respiradores e adoção de medidas de combate à pandemia.
O anúncio de que faria parte dessa iniciativa foi compartilhado pelo atleta em um vídeo publicado no Twitter. "Eu vou confessar a vocês: eu estou muito inquieto por não poder fazer o que eu mais amo: gols. Mas esse tempo de confinamento me fez entender que há um outro jogo em disputa, e eu decidi me escalar", escreveu na época.
Outro assunto abordado por Richarlison nas redes sociais é o racismo. O atleta chegou a ser vítima de preconceito em algumas partidas, como em um amistoso da Seleção Brasileira contra a Tunísia, realizado em setembro, na França. "Enquanto ficarem de "blá blá blá" e não punirem vai continuar assim, acontecendo todos os dias e por todos os cantos. Sem tempo, irmão!", comentou, na ocasião, sobre o episódio.
Atento aos problemas nacionais e internacionais
O atacante brasileiro tem o costume de se posicionar sobre temas diretamente ligados a política, o que não é comum entre os jogadores de futebol. Richarlison já utilizou suas redes sociais para criticar o apagão ocorrido em 13 cidades do Amapá em novembro de 2020, repudiou veementemente o caso de racismo que desencadeou a morte do afro-americano George Floyd e criticou duramente o descaso de governos e autoridades com relação às queimadas e perda da biodiversidade de biomas como Amazônia e Pantanal.
O jogador também se envolveu em uma campanha virtual que exigia mobilização das autoridades para encontrar o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips que desapareceram em junho deste ano durante uma viagem realizada no Vale do Javari, no extremo-oeste da Amazônia. Com o avanço das investigações, os corpos foram encontrados e os suspeitos envolvidos nos assassinatos foram presos.