A Inglaterra venceu o País de Gales por 3 a 0 nesta terça-feira (29) e garantiu a classificação para as oitavas da Copa do Mundo 2022. Apesar de uma seleção avançar e outra ser eliminada, ambas protagonizaram uma cena que uniu os times rivais: protestaram contra a censura da Fifa ao movimento LGBT+.
Os 22 atletas que estavam em campo no estádio Ahmed bin Ali se ajoelharam antes da bola rolar para a partida que marcou a definição do Grupo B do Mundial. Esta manifestação é feita pelos ingleses desde a estreia na competição.
Originalmente, esse tipo de protesto é realizado para o combate ao racismo — comum em jogos do Campeonato Inglês desde a morte de George Floyd, homem negro morto por policiais brancos nos Estados Unidos. Nesta Copa, o elenco da Inglaterra faz o ato em todas as partidas como forma de repudiar a decisão da entidade máxima do futebol, em relação a lei contraditória que proíbe a homossexualidade no Catar.
Os ingleses e galeses estão entre as sete nações que queriam utilizar a mensagem One Love (Um Amor, na tradução do inglês), mas que foram vetados. Entre os países presentes na causa estão: Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça.
Fifa buscou acordo
A Fifa tentou diálogo com as nações europeias que aderiram ao protesto, na tentativa de contornar a crise. Após algumas manifestações durante a Copa, a entidade anunciou uma campanha que prevê a exibição de mensagens humanitárias nas faixas utilizadas pelos capitães de algumas equipes.
O problema é que a ação foi compreendida como uma tentativa de "passar por cima" do movimento One Love, mensagem proibida no Catar, país onde relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é considerado crime.