Nenhum brasileiro torce mais pela Croácia na final da Copa 2018 do que a hoteleira gaúcha Renata Bittencourt, 31 anos. Casada com o marinheiro croata Ante Munivrana e mãe do pequeno Nikola, de um ano e quatro meses, ela mora na cidade costeira de Split há cinco anos e se surpreendeu com a receptividade do povo local e com o orgulho que os croatas têm do seu país.
— Eles são muito receptivos e calorosos com estrangeiros, mas são muito orgulhosos da terra deles. Talvez pelo fato de eles terem o estado croata reconhecido há pouco tempo, esse orgulho é mais demonstrado. Parece coisa de filme. Eles fazem questão de mostrar que aqui é a Croácia e que eles são croatas — relata.
Na visão de Renata, este orgulho pode ser observado na postura da seleção croata nos jogos. O time, que decide a final do Mundial neste domingo (15) contra a França, em Moscou, ainda não perdeu nenhum jogo nesta Copa.
— O que parece é que os jogadores têm muita vergonha de perder, e isso se reflete na população. Eles não querem perder porque querem dar orgulho ao país deles. Isso faz muita diferença — completa.
A ligação de Renata com a Croácia surgiu em 2010, quando trabalhava em um cruzeiro e conheceu o marido. Além de Nikola, o casal espera uma filha, que deve nascer em setembro. Enquanto isso, a família vive o ambiente de Copa do Mundo nas ruas de Split.
— A nossa torcida pela Croácia está bem intensa. Claro que a gente também torceu para o Brasil. O nosso sonho era que fosse uma final entre Brasil e Croácia. Mas está todo mundo feliz. Minhas duas irmãs e minha mãe são as melhores torcedoras que a Croácia têm fora do país. Elas conheceram a Croácia, viram como é o povo aqui e isso influencia muito na torcida — conta.
Segundo Renata, antes da Copa, ela estava até mais confiante que o marido que a Croácia faria um bom Mundial.
— Ele ficou desiludido com a campanha da Croácia no Brasil em 2014 (eliminada na primeira fase). Acho que manteve a expectativa baixa e, ao longo da Copa, foi se surpreendendo. Agora, eles está muito feliz, está surtando! Eu, por outro lado, estava mais positiva em relação à Croácia. Não sei se o 7 a 1 doeu tanto no meu coração que coloquei menos expectativa (no Brasil). Achei que o time da Croácia era mais organizado e mais focado — revela.
O fato é que, independentemente do resultado, uma grande festa está por ocorrer nas ruas croatas.
— Vai ser um grande acontecimento se a Croácia ganhar essa Copa. Mas se eles ficarem em segundo, vai ter festa igual por todo o país, porque eles já estão muito orgulhosos dos jogadores e muito felizes por terem chegado à final — prevê a hoteleira, que pretende contar a história desta final aos filhos. — Vou guardar recortes de jornais sobre a Copa.