O técnico Ney Franco não compareceu ao treino do último sábado, no CT da Barra Funda. A ausência, no entanto, já estava programada. Foi comunicada com antecedência ao diretor de futebol Adalberto Baptista. No elenco do São Paulo, porém, a reação foi negativa. Alguns atletas ficaram incomodados com a ausência do treinador - que não é inédita -, principalmente pelo momento de instabilidade vivido pelo clube.
Foi o auxiliar Éder Bastos que comandou o treino na manhã de sábado. A atividade não pôde ser acompanhada pela imprensa, e contou apenas com um trabalho de posse de bola e contra-ataque.
O incômodo do elenco se dá pela fase do São Paulo. A equipe foi eliminada de maneira precoce na Libertadores após má campanha que quase rendeu a queda ainda na fase de grupos. No Paulistão, caiu para o rival Corinthians na semifinal. Na última quarta-feira, no Morumbi a torcida protestou contra o treinador e gritou o nome de Muricy Ramalho após a inesperada derrota por 1 a 0 para o Goiás.
Outro fato que fez crescer a insatisfação de alguns atletas foi a proximidade das férias. O time joga nesta quarta-feira contra o Grêmio e depois para até julho por conta da Copa das Confederações. A partir de quinta, terá 11 dias de folga, e só irá se reapresentar no dia 24. Na visão de quem se incomodou, é difícil justificar a folga no sábado a quatro dias das férias - que Ney Franco e sua comissão também terão.
No São Paulo, Ney Franco já enfrentou a insatisfação de alguns jogadores e sempre teve conduta consistente. Admite que seu método de trabalho, no qual o auxiliar Éder Bastos é até mais presente no trabalho no gramado, pode não agradar a todos, mas manteve que não mudaria sua forma de trabalhar.
O técnico ainda viveu momentos de discussão com o capitão Rogério Ceni, com o experiente zagueiro Lúcio e com Paulo Henrique Ganso. Nesses, também demonstrou posição firme. Com a diretoria, foi atendido no pedido do afastamento do volante Fabrício, por acreditar que o jogador exercia influência negativa no elenco.
O presidente Juvenal Juvêncio sofre pressão de grande parte da diretoria para demitir o treinador, que tem contrato até o fim do ano. O diretor Adalberto Baptista defende a permanência.
De olho no adversário
Ney Franco não comanda treino e causa incômodo no elenco do São Paulo
Atividade ocorreu no final de semana e foi fechada à imprensa. Equipe enfrenta o Grêmio quarta
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