No processo de fritura de Joel Santana no Flamengo, até Dunga, favorito dos homens de confiança de Patrícia Amorim para suceder o atual treinador, ficou queimado. Tudo por causa da grande rejeição que o nome do treinador teve por parte da torcida.
Ainda na noite de quarta-feira, a presidente Patrícia Amorim foi avisada sobre a repercussão negativa das notícias que davam conta de que Dunga era o mais cotado para assumir o futebol rubro-negro. As manifestações em enquetes e nas redes sociais serviram como termômetro para os dirigentes. Nelas, a maioria da torcida se posicionava contra a vinda de Dunga.
Afastada do cargo até hoje, em função de um pedido de licença, Patrícia, então, pediu a interlocutores que Zinho, diretor de futebol, fosse avisado sobre o fato.
Menos de 24 horas depois de Dunga ter sido muito elogiado pelos principais dirigentes do Flamengo, o técnico que comandou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010 já era visto com ressalvas pela cúpula.
Foram lembrados que os excessos do comandante quanto à disciplina e o fracasso recente no Mundial com o Brasil seriam argumentos que, misturados à rejeição da torcida, poderiam tornar a receita para a solução dos problemas do Flamengo na temporada indigerível.
Ao lado de Zinho, Michel Levy, vice de finanças, será o responsável por escolher o próximo treinador. As reuniões vêm acontecendo na casa do diretor executivo de futebol. O novo contratempo provocou mais um encontro ontem entre os dirigentes.
A única certeza é a de que Joel Santana ainda não foi demitido pelo Flamengo porque faltam opções para contratar o substituto dele.
Reservado
Em Porto Alegre desde quarta-feira à noite, Dunga não se pronunciou sobre o interesse do Flamengo e sequer tem comentado sobre o assunto com amigos. A uma pessoa próxima, o treinador disse, ontem, que não haviam negociações em cursos com clubes brasileiros.
Dunga só desmentiu no site oficial dele que seu assessor jamais teria dito que o Rubro-Negro ligou para conversar com o treinador.
Fla ainda não procurou Sampaoli
Desde domingo em pauta no Flamengo, Jorge Sampaoli, da Universidad de Chile, ainda não foi contatado pelo Flamengo, ao menos até esta quinta-feira. O representante do técnico, o ex-jogador Gelson Baresi, disse que não recebeu ligações dos dirigentes do clube.
Pouco antes do primeiro jogo da final da Apertura contra o O'Higgins, em Rancagua, na tarde de ontem, Sampaoli falou com seu agente, garantindo também não ter sido procurado pelo Flamengo.
O clube, por ora, não se pronunciou. Responsável por negociar a contratação do novo treinador e defensor do nome de Dunga, Michel Levy se esquivou ao ser perguntado sobre o nome do técnico argentino.
- Esse assunto precisa ser perguntado ao Zinho e ao Coutinho. Cuido só das finanças - disse Levy, confirmando que no momento estava em uma reunião e precisava desligar o telefone rapidamente.
Com uma proposta dos Emirados Árabes, Sampaoli irá definir sua situação na La U somente após o segundo jogo da final, marcado para segunda-feira, em Santiago.
Neste momento, ele não descarta uma saída do clube chileno, diferentemente de sua posição antes da eliminação do time na semifinal da Copa Santander Libertadores.
Com contrato vigente com a La U até o fim de 2013, Sampaoli tem multa avaliada em cerca de R$ 2 milhões. O treinador ganha US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) por temporada, equivalente a R$ 166 mil mensais.
