
A pressão é um aspecto presente no automobilismo. Saber lidar com ela pode diferenciar um piloto bom de um fora da curva. Para os brasileiros que pilotam nas principais categorias do mundo, a pressão parece ser ainda maior. Uma mistura de apoio incondicional com cobranças, por muitas vezes acima do tom.
Desde a morte de Ayrton Senna, tricampeão da Fórmula 1, o Brasil busca um novo ídolo na categoria. Rubens Barrichello, Felipe Massa e tantos outros tiveram de lidar com essa pressão. Muitos não conseguiram aguentar. Atualmente, a esperança e as cobranças por bons resultados estão nas costas de Gabriel Bortoleto, único brasileiro na F1.
Mas a cobrança não é exclusiva nele. Na Fórmula 3, Rafael Câmara vem sendo uma sensação. O pernambucano de 19 anos é o líder da categoria, após vencer as duas primeiras etapas. Além da primeira posição, ele carrega a grife de ser um piloto da academia da Ferrari, o que tem seu lado bom e ruim.
— Desde que eu entrei na F3, por até ter a visibilidade na TV, a quantidade de pessoas que torcem aumentou bastante. Isso é uma coisa muito boa, porque é muito apoio para você, e dá vontade de representar ainda mais o seu país — disse Câmara, em entrevista exclusiva a Zero Hora.
— Claro que é bom ter esse suporte, mas, o mais importante é fazer o seu melhor e estar sempre bem consigo mesmo, e não deixar se abater com comentários — complementa.
Tanto Bortoleto quanto Câmara parecem lidar bem com a pressão e ambos têm bastante apoio por trás de suas carreiras. O principal, garante o piloto da F3, é saber usar as cobranças como combustível para melhorar e seguir em frente.
— Tem que usar isso como uma coisa boa, porque há pessoas que as vezes não entendem o que está acontecendo e acabam falando um pouco de besteira. Eu tenho um psicólogo que está sempre comigo e me ajuda bastante. Hoje em dia, posso dizer que sou bem tranquilo. Consigo usufruir da pressão de uma maneira boa, só para o lado positivo — finaliza Câmara.