Um descobridor de tesouros: o profissional formado em Engenharia de Petróleo tem a missão de acompanhar a exploração e a comercialização do chamado ouro negro e também do gás natural. Ele pode também localizar jazidas e poços, avaliar a quantidade de petróleo em diferentes locais e os meios de perfuração necessários.
Diogo Nardelli Siebert, chefe do departamento de Engenharia de Petróleo no campus de Balneário Camboriú da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), explica que os formados podem tanto trabalhar nas operadoras - que têm o direito de explorar os recursos - como também em empresas que forneçam produtos e serviços específicos. É o caso de empresas que promovem o aluguel de plataformas - estruturas fixas ou barcos que têm equipamentos para extrair petróleo - ou realizam sondagem de estrutura de rochas.
- É um mercado grande, que gira em torno das operadoras - diz o professor.
De acordo com Siebert, o ambiente de trabalho pode ser a plataforma ou mesmo o escritório, onde se realizam cálculos para ampliar ao máximo a produção petrolífera, por exemplo. A boa perspectiva de emprego tem feito com que o curso se mantenha entre os mais concorridos desde que foi lançado, no ano passado.
Este ano, serão 26,3 candidatos por vaga na classificação geral. A estimativa, segundo o professor, é de que o país dobre a quantidade de petróleo até 2020. Mas, além disso, a graduação atrai por desafiar os alunos e ser, também, uma forma de ciência aplicada.
- O curso é uma oportunidade de ver várias ciências e de conhecer várias fontes de energia diferentes - ressalta o professor de Química da Udesc Bruno Silveira de Souza.
Na Udesc, o curso de Engenharia de Petróleo, que tem duração de cinco anos, envolve disciplinas de química, matemática e geologia.
Do que é preciso gostar
O aluno precisa gostar da área de exatas, como matemática e física, além de ter uma afinidade extra com ciências. Também vai ajudar se você gosta de resolver problemas. Como os poços com recursos petrolíferos mais fáceis de se explorar são os primeiros a serem explorados, a tendência é de que a dificuldade para encontrar petróleo continue aumentando.
O que é mais difícil
Além de encarar um curso de Engenharia, com uma carga de cálculos, o estudante precisa estar disposto a trabalhar bastante. Afinal, se for atuar em plataformas, por exemplo, esse profissional pode ter de ficar embarcado por até duas semanas. Esse engenheiro também precisa estar consciente de que terá que ir onde o recurso natural está, o que exige, muitas vezes, mudança de casa.
Mercado de trabalho
Ainda são poucos os cursos na área no país. Na Região Sul, além da Udesc, há a graduação em Engenharia de Petróleo no Rio Grande do Sul, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Para quem se forma nessa graduação, há bastante opção de emprego em empresas direta ou indiretamente relacionadas à produção e exploração de petróleo.
O curso da UFPel
Da área das ciências tecnológicas, a graduação tem por objetivo formar profissionais direcionados à indústria do petróleo, em especial às atividades de prospecção e pesquisa de óleo e gás em bacias sedimentares. O engenheiro de petróleo pode atuar em jazidas, plataformas, refinarias e distribuidoras. O curso tem duração de oito semestres e prevê atividades de laboratório, saídas de campo e outras atividades complementares dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Confira algumas disciplinas da graduação da UFPel
> Geologia Geral
> Cristalografia
> Vetores e Álgebra Linear
> Química Aplicada
> Desenho Geológico
> Geometria Descritiva
> Mineralogia