A rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul retoma atividades nas escolas nesta quinta-feira (23). Segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), o número de alunos matriculados deve ficar em torno de 780 mil. O dado divulgado pela pasta até o começo da manhã, de 743.496 estudantes, deve aumentar porque ainda há matrículas em andamento, especialmente de alunos que ainda estão fazendo aulas e provas de recuperação. Ao todo, são 2.341 escolas. A maior demanda se concentra nos Ensinos Fundamental e Médio.
O clima era de expectativa no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, conhecido como Julinho, no bairro Santana, na Capital, por volta das 7h30min.A s aulas começaram às 7h30mim. São cerca de mil estudantes distribuídos em três turnos.
Segundo a diretora, Fernanda Gaieski, a expectativa é boa para o ano letivo. Porém, já há falta de professores.
— Estamos fazendo o levantamento ainda. Mas posso dizer que falta um professor de português e também professores para disciplinas específicas do currículo do Novo Ensino Médio, como Biomecânica, Corpo e Movimento e Ciência dos Materiais. Também faltam três merendeiras. Temos uma. Deveriam ser quatro. Já comunicamos a Seduc — afirma.
A escola tem 82 professores e quatro funcionários.
No Colégio Estadual Inácio Montanha, também de Ensino Médio, são 1.430 alunos, nos três turnos. A instituição é muito procurada por causa da localização central, na avenida João Pessoa e, por isso, segundo a diretora Maria Luísa Schneider, foi preciso colocar um cartaz na entrada dizendo que não há mais vagas. Sobre o quadro de professores e funcionários, o levantamento ainda está em andamento.
— Estamos vendo com a Seduc se é possível fazer alguma adequação. Mas percebemos uma dificuldade de encontrar professores para disciplinas do Novo Ensino Médio — explica Maria Luísa.
A escola também precisa de, pelo menos, mais três merendeiras. Atualmente, tem duas, o que é considerado insuficiente para o número de alunos.
Sobre a falta de merendeiras, a Seduc informou que a contratação em caráter emergencial de uma empresa terceirizada irá suprir a necessidade das escolas. A previsão é de que os postos de trabalho estejam preenchidos no início do mês de março.
Em relação à falta de professores, a pasta disse as solicitações são atendidas imediatamente por meio de novas contratações emergenciais e pela ampliação de carga horária dos docentes. Além disso, em janeiro, foi lançado o edital do Banco de Cadastro Temporário para professores e profissionais da área da Educação. A seleção, realizada no mês de janeiro, é válida por três anos. Os docentes estão sendo chamados conforme as necessidades de cada escola.
Situação estrutural
O retorno ocorre poucos dias após o governo gaúcho anunciar um plano de reformas das instituições de ensino da rede estadual. O diagnóstico identificou 176 escolas em situação crítica em termos de infraestrutura, sendo que, destas, duas já estão interditadas. Quase 1,9 mil apresenta problemas definidos como "intermediários".
O Executivo estadual anunciou um aporte extraordinário de R$ 30 milhões para atender situações mais urgentes. Confira aqui como está a necessidade de reformas das 2,3 mil escolas analisadas pelo governo do RS.
As aulas começaram a ser retomadas em Porto Alegre ainda no início do mês, quando os alunos da Educação Infantil voltaram a frequentar as aulas. A rede municipal de Porto Alegre tem 56 Escolas de Ensino Fundamental, que retomaram as atividades na quarta-feira (22). Na rede particular, a data varia entre 13 e 22 de fevereiro para mais de 426 mil alunos.