O reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Bulhões, é um dos gestores de instituições federais que participou de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Camilo Santana, nesta quinta-feira (19), no Palácio do Planalto, em Brasília. Contestado na comunidade acadêmica por causa da nomeação feita pelo então presidente Jair Bolsonaro, mesmo não sendo o primeiro nome da lista, em 2020, ele se diz apartidário e preocupado com os interesses da UFRGS.
Para GZH, o reitor disse que o novo governo promete trazer mudanças, e o papel como gestor é dar crédito para que ocorram melhorias orçamentárias. Após anos sem reuniões envolvendo todos os gestores do Ensino Superior, Bulhões disse que o encontro foi um alento, já que o presidente se comprometeu em recompor o orçamento das universidades.
— Houve anúncios de orçamento, e espero que se concretizem, pois será um alívio. No caso da UFRGS, o orçamento de custeio deveria ser de R$ 260 milhões, mas atualmente o valor aprovado foi de R$ 130 milhões. No âmbito do orçamento público, a gente tem direito de respirar. O anúncio de Lula foi um alento — disse.
No governo Bolsonaro, diversos episódios de contingenciamento colocaram em risco o funcionamento de universidades, e dificuldades também recaíram sobre a UFRGS.
— Não houve anúncios de bloqueios e contingenciamentos (para as universidades). (Lula) Está dizendo que não fará, então merece um voto de confiança — analisou o reitor.
Questionado sobre a manifestação de Camilo Santana e Lula a respeito da autonomia das universidades e a nomeação dos reitores de acordo com a lista tríplice, Bulhões disse que não houve qualquer irregularidade em relação à sua nomeação. O professor destacou que durante o processo de consulta para escolha do reitor que substituiria Rui Oppermann cumpriu com as regras de seleção.
O presidente da República não é obrigado a escolher o primeiro colocado da lista tríplice, no entanto, é uma tradição que o chefe do Planalto acolha a decisão da comunidade acadêmica e a chapa mais votada seja nomeada. O tema chegou a ser alvo de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que não houve irregularidade.