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Uma das maiores distinções na área de Química em todo o mundo, a medalha Ioannes Marcus Marci foi entregue ao professor e pesquisador Érico Marlon de Moraes Flores, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na última terça-feira (6), na cidade de Brno, na República Tcheca.
Flores recebeu a distinção da Sociedade de Espectroscopia da Eslováquia pelo desenvolvimento de métodos analíticos que permitem a determinação segura de compostos tóxicos, como metais pesados, e nutricionais, a exemplo de selênio, manganês, zinco e lítio. A cerimônia ocorreu durante o Simpósio Europeu de Espectrometria Analítica.
A significativa produção científica internacional de qualidade do Laboratório de Análises Químicas, Industriais e Ambientais e do Centro de Estudos em Petróleo, ambos coordenados pelo professor na UFSM, chamou a atenção do comitê que avalia potenciais candidatos e define os homenageados.
Desde a década de 1970, quando a medalha passou a ser concedida, Flores é o primeiro latino-americano a recebê-la. Vencedores de prêmios Nobel estão no histórico de agraciados com a Ioannes Marcus Marci, entre eles, o alemão Gerhard Herzberg, o britânico Harold W. Kroto e o Americano Eric A. Cornell.
— Desenvolvemos métodos que podem ser aplicados em qualquer laboratório do mundo — explica o docente dos programas de pós-graduação em Química e Engenharia Química da instituição.
Em entrevista por telefone da Europa, Flores destacou a alegria por receber a honraria e agradeceu aos pesquisadores que, sob sua coordenação, contribuem continuamente para os avanços científicos no ramo da espectroscopia.
— Esse prêmio não é meu. Levo (para o Brasil), mas quem produz os trabalhos é o grupo de pesquisa, alunos de doutorado, mestrado, graduação. É um trabalho de equipe — disse Flores.
O professor também destacou a importância do caráter colaborativo da ciência:
— Tudo é feito em parceria com outros pesquisadores do Brasil e do Exterior. Um ajuda o outro. Cada um coloca um tijolinho e, quando você vê, a casa está construída. Neste momento de forte corte de verbas, é uma maneira de mostrar que a ciência ainda está viva. Um prêmio desses é um motivador.
Flores, natural de Caxias do Sul, na Serra, mas radicado na Região Central desde a infância, encantou-se pela Química ainda na escola. Aos 16 anos, ingressou no curso de graduação em Química Industrial na UFSM, onde seguiu carreira.