Um grupo de pais, professores e diretores realizou um protesto na noite desta terça-feira (13) pedindo a reabertura das escolas infantis particulares na Capital. O ato ocorreu no bairro Tristeza, na zona sul de Porto Alegre. Com cartazes, balões, faixas e até cadeiras e mesas infantis, o grupo chamou atenção de motoristas que passavam pela Avenida Wenceslau Escobar, próximo à Otto Niemeyer.
A manifestação reuniu comunidades de nove escolas particulares da zona sul da cidade. Uma das participantes do ato foi a proprietária da escola Cantinho do Saber, Marcella Bortolon. Ela destacou que as últimas flexibilizações contemplaram setores como serviços e comércio, mas não alteraram a situação das escolas.
— Estamos fazendo este ato novamente porque o último decreto foi tão liberal para outros setores. A gente vê crianças em todos os lugares, menos nas escolas. E a gente tem vários protocolos que estão sendo seguidos — disse ela.
Ana Paula Dutra Nunes é mãe de duas crianças, de sete meses e cinco anos, e atua como secretária em uma escola infantil na região. Ela disse que tem mais receio de que o marido, funcionário de uma fábrica, leve a doença para casa do que as duas crianças.
— Tenho medo, todo mundo tem. Mas a gente não pode se fechar mais em relação a isso. Faz um ano. E eu me sinto mais segura deixando as crianças na escola do que pagando alguém para cuidar delas — completou.
O protesto provocou bloqueio parcial do trânsito na Wenceslau Escobar. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanhou o ato. Mais cedo, um grupo de pais realizou uma carreata passando por escolas da zona sul em apoio à volta às aulas.
No final de março, o governo do Estado pediu uma medida judicial de urgência pela retomada das atividades presenciais de ensino nas escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul. O retorno foi suspenso liminarmente no início do mês passado por uma ação civil pública ajuizada pela Associação Mães e Pais pela Democracia, devido ao agravamento da pandemia de coronavírus.