O programa Educação Conectada, que teve sua expansão anunciada pelo Ministério da Educação (MEC) no começo do mês, vai beneficiar 4.361 escolas públicas (veja as escolas contempladas em sua cidade ao fim desta reportagem) localizadas em 496 municípios gaúchos, em todas as regiões do Estado. Por meio do projeto, o governo federal enviará internet para ampliar a conexão de escolas públicas.
No total, serão 1,3 milhão de alunos beneficiados no Rio Grande do Sul. Somente no Estado, o investimento do governo federal chega a R$ 13,2 milhões. Os cinco municípios com maior número de alunos beneficiados são Porto Alegre, Caxias do Sul, Gravataí, Viamão e Pelotas. Em todo o país, os recursos aplicados somam R$ 82,6 milhões, alcançando 24,5 mil escolas.
O programa tem como objetivos principais a universalização do acesso à internet em alta velocidade e o fomento ao uso pedagógico de tecnologias na educação. A iniciativa atende a requisitos do Plano Nacional de Educação (PNE), que determinou a inclusão da tecnologia nas salas de aula. Também está prevista a formação de professores por meio de ambiente virtual.
Entre as escolas beneficiadas, estão as mantidas pelo Estado e pelos municípios. O principal foco do programa é alcançar colégios nos quais a conexão ainda é precária.
Veja a quantidade de alunos beneficiados
Mudança na rotina escolar
No pequeno município de Cruzaltense, que conta com cerca de 2 mil pessoas no norte gaúcho, a única beneficiada é a Escola Estadual de Ensino Médio Vera Cruz, que atende 85 alunos. No local, há um laboratório com 14 computadores, mas a conexão precária — de 1 MB — não é suficiente para que os professores usem a internet no dia a dia. Na prática, o recurso acaba sendo utilizado somente para a área administrativa e, na maioria das vezes, os alunos não conseguem ter acesso.
— A gente usa muito pouco. Como a internet é lenta, dificulta bastante a aprendizagem, porque muitas vezes os professores e alunos vão usar e não conseguem. Seria interessante para a pesquisa de assuntos da atualidade e para mostrar mapas e outros recursos em tempo real. Até os alunos poderiam usar o celular em sala de aula para pesquisa. Ficamos muito felizes. Tomara que dê certo — comemora a diretora, Janice Inês Casanova, que ainda estuda qual plano será contratado.
Na região das ilhas, em Porto Alegre, a Escola Municipal de Ensino Infantil Ilha da Pintada passa por um problema semelhante. Até pouco tempo, não era possível contar com internet por fibra ótica no bairro Arquipélago. Assim, o colégio, que atende cerca de 140 alunos, conta com a conexão via rádio, que é limitada. Com melhor acesso, a escola espera proporcionar atividades diferentes aos alunos de três anos a cinco anos.
— Vamos poder fazer atividades on-line com as crianças. Hoje usamos computador, filmadora e máquina fotográfica, e eles acompanham e escolhem as imagens que vamos editar. Mas poderemos também ter acesso a jogos educativos on-line, que, até então, precisávamos ter instalados no computador, e muitos não estavam disponíveis. A internet hoje é uma ferramenta pedagógica, mas acabamos não usando no dia a dia porque não temos suporte para isso — explica a diretora, Luciana Scolari.
Segundo o MEC, o recurso será liberado por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A verba será encaminhada diretamente para as escolas ao longo do mês de dezembro. Para que o envio seja feito, as diretorias precisarão preencher o Plano de Aplicação Financeira, no qual indicam o plano que irão contratar. Depois disso, os próprios responsáveis pelos colégios comandarão o processo de instalação dos equipamentos necessários junto às empresas contratadas.
Além das 24,5 mil escolas beneficiadas em todo o país, o MEC prevê que outras 32 mil novas instituições recebam o programa em 2020.