Concorrer a uma vaga através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sistema informatizado do Ministério da Educação (MEC) em que instituições públicas de Ensino Superior oferecem ingresso a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é um jogo de expectativas. A etapa de inscrição dura apenas quatro dias – de 23 a 26 de janeiro –, há cursos em todos os Estados do Brasil a que se pode concorrer, a nota mínima exigida para aprovação muda a cada dia e só é possível marcar duas opções de escolha. A disputa é com candidatos de todo o Brasil e, a não ser que o estudante tenha notas excepcionais, todos os dias ele acaba se perguntando: "Será que vou ser aprovado no curso e na instituição que quero? Não seria melhor mudar para outra em que eu tenha mais chances de passar?".
Para conferir de perto essa expectativa, GaúchaZH vai acompanhar, ao longo desta semana de inscrições no Sisu 2018, a rotina de dois estudantes do Rio Grande do Sul que estão vivendo diariamente a ansiedade, a indecisão e as dúvidas que marcam os participantes do maior processo de seleção para o Ensino Superior no Brasil — responsável por, em sua etapa atual, oferecer 239.601 vagas de graduação em 130 instituições, entre universidades e institutos federais.
Uma dessas estudantes é Nicole Pietra Ribeiro, 17 anos, que busca uma vaga em Medicina. Ela participou do Enem pela segunda vez no ano passado — na primeira, em 2015, fez o exame como treineira, enquanto ainda estava cursando o Ensino Médio. Sabendo que concorre ao curso mais disputado no país, Nicole não pretende tentar ingressar apenas em faculdades no Rio Grande do Sul:
— Já fui aprovada em Enfermagem, mas quero fazer Medicina. Se eu não tiver nota para ingressar em alguma faculdade daqui (do Rio Grande do Sul), vou tentar em outro Estado, sem problema — relatou a estudante à reportagem na segunda-feira (22), um dia antes do início das inscrições no Sisu.
Nesta terça (23), quando começou o processo de inscrição, ela já preencheu suas duas primeiras opções: como principal, vai tentar ingressar na Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Mesmo sem saber ainda quais são as notas de corte, ela espera que a concorrência será grande e não descarta trocar sua primeira opção nos próximos dias. A segunda opção, escolhida por conta do maior número de vagas — são 160 por ampla concorrência em Medicina — é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O outro candidato que GaúchaZH vai acompanhar nesta semana é Rodrigo Bervig, também de 17 anos, que tenta uma vaga em Administração ou Economia pelo Sisu. Já aprovado em Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em Engenharia de Software na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Rodrigo pretende mais conferir se também conseguiria passar em um desses cursos na Universidade de São Paulo (USP) ou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas está contente com a vaga que conseguiu na maior universidade federal gaúcha.
— Vou participar do Sisu mais para testar onde mais eu conseguiria ingresso, porque vai que dá certo, né?
As dúvidas, as expectativas, as mudanças e as escolhas que eles fizeram dia a dia até o fim das inscrições no primeiro Sisu de 2018, você confere em GaúchaZH no sábado (27).