Acossadas pela instabilidade do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) _ que, neste ano, teve limitação de recursos, corte de vagas, mudanças nas regras e gerou dúvidas sobre novos contratos -, as universidades comunitárias do Rio Grande do Sul estudam criar sistemas de financiamento alternativos para os alunos. A medida foi comunicada pelo futuro presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), José Carlos de Souza, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira.
De acordo com Souza, que também é reitor da Universidade de Passo Fundo, as universidades comunitárias têm "resolvido cada uma ao seu modo" o impasse gerado em torno do Fies, programa do qual dependem cerca de 30% dos alunos. O objetivo, no entanto, é que se crie um sistema de financiamento próprio do Comung.
- Cada instituição comunitária gaúcha, em um primeiro momento, buscou resolver a questão ao seu modo, mas agora o consórcio está estudando uma alternativa, um tipo de financiamento que possa auxiliar os programas do governo a manter os alunos nas nossas instituições - disse o professor, ressaltando a "disposição das instituições", frente as crises nos governos federal e estadual.
Entre os exemplos apresentados pelo representante do Comung, está o Plano de Apoio Estudantil (PAE), criado pela UPF. Desde o início deste segundo semestre, ele concede 50% de crédito para ingressantes com renda familiar bruta igual ou inferior a 15 salários mínimos e cuja renda per capita do grupo familiar seja de até 3,5 salários mínimos. Após o encerramento da utilização do plano, o aluno terá 12 meses de carência para iniciar a restituição dos valores. O estudante terá o mesmo prazo de utilização do benefício para realizar o pagamento das parcelas.
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Souza também destacou a importância das universidades comunitárias no avanço da educação básica no Estado. De acordo com o professor, a criação de políticas públicas para a área e a ampliação da atuação das instituições junto à comunidade são metas do consórcio.
- Hoje é uma realidade recebermos alunos que, muitas vezes, vêm com deficiências muito grandes em conhecimentos básicos. Aí acabamos fazendo cursos de nivelamento para equilibrar o conhecimento, a fim de dar condições para que esses alunos possam frequentar os cursos que escolheram. Temos de pensar em políticas de desenvolvimento na área da educação que sejam diferenciadas, que tenham potencial dentro das nossas instituições - disse o reitor da UPF.
Frente à crise econômica no Rio Grande do Sul, o docente inseriu as universidades comunitárias como protagonistas de um processo de evolução na matriz produtiva do Estado. Segundo Souza, os polos tecnológicos das instituições têm capacidade de colocar o Estado em um cenário avançado em termos de tecnologia:
- Queremos passar uma mensagem de otimismo ao RS. Continuamos trabalhando, pesquisando com motivação, determinação e imaginamos que isso poderá sim reverter esse quadro difícil pelo qual passa o nosso Estado.
* Zero Hora
Ensino Superior
Universidades comunitárias do RS estudam criar programa de financiamento alternativo ao Fies
De acordo com o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), 30% dos alunos das instituições dependem do benefício
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