Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar? Parece que sim! Em Terra de Areia, no Litoral Norte, a cerca de 150 km de Porto Alegre, as irmãs gêmeas Luiza e Laura da Rosa Brehm, de 17 anos, alcançaram uma marca importante: ambas tiraram nota 900 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024.
— Foi incrível ter participado com ela do processo e ver a nota da redação ser a mesma. A gente comemorou junto. Nossa, foi uma conquista muito boa — comenta Luiza.
Dos mais de 3 milhões de candidatos que prestaram o Enem 2024, apenas 12 conquistaram nota mil na redação. Nenhum deles é do Rio Grande do Sul — no ano passado, foram seis redações com a pontuação máxima no Estado e 60 no país. Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira (13).
Neste ano, o número de inscritos no RS chegou a quase 280 mil, um aumento de mais de 70% em relação ao período anterior. Entre os participantes, estão as irmãs Luiza e Laura, que vêm da rede pública de ensino.
A jornada de estudos das gêmeas começou em 2023, ainda no 2º ano do Ensino Médio, quando decidiram iniciar um cursinho preparatório. Após a escola, elas seguiam estudando online e relatam que sempre contavam com o apoio uma da outra.
— A nossa rotina foi sempre conjunta — explica Laura.
Surpresa com tema e dica
Neste ano, o tema da redação foi "desafios para a valorização da herança africana no Brasil". A proposta pegou as irmãs de surpresa.
— A gente pensou que ia ser no eixo da tecnologia, algo assim. Foi uma surpresa, mas a gente ficou muito feliz, porque tivemos preparação no curso, assistimos muitas aulas de história — relembra Laura.
As estudantes deixam uma dica para quem pretende fazer a prova: manter a calma. Para elas, o nervosismo pode prejudicar na hora de realizar o exame.
Caminhos profissionais diferentes
As irmãs pretendem analisar com calma as opções para usar a nota do Enem. Embora tenham estudado juntas, elas querem trilhar caminhos profissionais diferentes: Laura deseja cursar jornalismo, enquanto Luiza tem interesse em psicologia.
A meta das duas continua sendo estudar na mesma universidade, ainda que em cursos distintos.
— O nosso objetivo era, na verdade, por mais que os cursos sejam bem diferentes, fazer na mesma universidade, para também ter apoio emocional — afirma Luiza.