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O retorno das aulas na rede estadual, que estava marcado para esta segunda-feira (10), foi adiado em uma semana após decisão liminar da Justiça, no domingo (9), que atendeu a pedido do Cpers. Nesta manhã, a secretária da Educação, Raquel Teixeira, disse que não havia sido comunicada sobre a solicitação do sindicato dos professores ao Judiciário.
— Não sabia do processo de judicialização, fiquei sabendo ontem (domingo) com a decisão do Tribunal de Justiça. Recebi, claro, com muita serenidade, realmente hoje (segunda) e amanhã (terça) serão dias insuportavelmente quentes — afirmou a secretária em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda.
Assista a trecho da entrevista:
O Cpers afirmou, no pedido que foi atendido, que nem todas as escolas estaduais estão preparadas para suportar temperaturas acima de 40°C. A secretária, por sua vez, disse que o Estado entrou com recurso para que retorno das atividades não ocorra só na semana que vem, como prevê a liminar:
— A situação das escolas é muito diversa. Temos 633 escolas, por exemplo, que têm ar-condicionado, que estão preparadíssimas para o início das aulas. Temos 42% dos nossos estudantes em vulnerabilidade, em que, segundo relato das próprias mães, as casas são mais quentes do que as escolas porque são residências pequenas, sem ventilação de ar.
A secretária informou que o Estado busca na Justiça que o retorno aconteça na quarta ou na quinta-feira dessa semana, quando há previsão de que uma massa de ar frio amenize as temperaturas.
Em entrevista à Rádio Gaúcha no domingo, a presidente do Cpers, Rosane Zan, afirmou que enviou mensagem à secretária da Educação solicitando o adiamento das aulas. Raquel disse que recebeu o recado, mas que a conversa não evoluiu.
— Não tenho nenhum problema no relacionamento (com o Cpers), pelo contrário, é a minha categoria, eu sou professora. Se houve algum mal entendido ou talvez eu não tenha interpretado uma mensagem por WhatsApp como um pedido oficial de negociação, podemos corrigir isso — afirmou, dizendo que está aberta a negociar.
— Não houve nenhuma resistência, nem má vontade da parte da Secretaria da Educação, muito pelo contrário — completou.
Entenda
O Estado cumpriu uma liminar da Justiça, que adiou em uma semana o início das aulas nas escolas do Estado. Em nota, o Palácio Piratini diz que irá recorrer da decisão e que dará novas informações no decorrer da segunda-feira.
A decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça (TJ) Lucia de Fátima Cerveira atendeu a pedido do Cpers. O sindicato dos professores argumentou que o calor intenso prejudicaria o retorno do ano letivo, previsto para o dia 10, e que nem todas as escolas estaduais estão preparadas para suportar temperaturas acima de 40°C.
De acordo com a liminar, as aulas começarão no dia 17 de fevereiro.
Leia a nota do governo:
"Nota sobre o adiamento do início do ano letivo na Rede Estadual de ensino
O governo do Estado informa que, em cumprimento a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, não haverá aula nas 2.320 escolas da Rede Estadual nesta segunda-feira (10/2).
Considerando que a decisão pode ser revertida em análise do recurso que será interposto ainda neste domingo (9), o governo disponibilizará informações atualizadas acerca da data de início do ano letivo durante a segunda-feira (10/2)."