Ter uma ideia realmente boa não é simples. Precisa ser algo que atenda a uma nova demanda do mercado, ou que solucione um problema de forma inédita. Na sequência, vem uma tarefa ainda mais árdua: tirar essa ideia do papel e colocá-la em prática. Por isso, incubadoras são muito importantes no processo de desenvolvimento de startups.
Para que mais iniciativas tenham essa oportunidade, a Rede Ulbra de Inovação (Ulbratech) lançou um edital que vai selecionar 10 projetos. Como ocorre de forma online, o programa é aberto a startups de todo o Brasil. Além de contar com mentoria e material de apoio que dão base teórica para a modelagem do negócio, aquelas que estiverem em cidades onde a universidade marca presença fisicamente também podem usufruir da estrutura.
Embora sejam acolhidas ideias de qualquer segmento, as áreas prioritárias são Ciências da Saúde, Ciências Ambientais, Energias Renováveis, Educação, Indústria Criativa, Tecnologia da Informação e Comunicação, Automação e Engenharias. São aceitos projetos em qualquer fase de desenvolvimento, da ideia mais incipiente ao produto que precisa ganhar escala no mercado. Isso porque a Ulbratech consegue se conectar tanto com potenciais clientes ou investidores, quanto com a academia, com a fundamentação teórica e a mão de obra qualificada egressa de suas salas de aula.
O custo para participar do programa é de R$ 180 mensais. Aqueles que optarem por se instalar na estrutura física, podem locar um espaço, cujo preço varia de acordo com o tamanho da área ocupada. Neste caso, deixa de pagar a mensalidade, pois o acesso à plataforma está incluído.
As inscrições vão até o dia 25 de março, mas o diretor da Ulbratech, Alexandre Ströher, ressalta que está sempre de portas abertas para novas ideias. Assim como no edital, elas devem ter algum escopo para integrar esse ecossistema.
Outro cuidado que a instituição tem é que as iniciativas tenham impacto positivo para a sociedade, por meio do desenvolvimento de ideias inovadoras transformadas em empreendimentos de sucesso. Para isso, investe-se em uma formação completa.
Em entrevista, o diretor da Ulbratech, Alexandre Ströher, fala sobre o programa e as vantagens de receber suporte da instituição. Confira:
De que forma a Ulbratech auxilia as boas ideias a chegarem ao mercado?
A Ulbra tem a Rede Ulbra de Inovação, que se divide em dois ambientes: o Parque Tecnológico Ulbratech e a incubadora. Temos, hoje, oito empresas no parque em Canoas, mas a rede Ulbratech tem um olhar nacional, porque está vinculada à mantenedora, que é a Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra). Trabalhamos com um olhar sistêmico para todas as unidades.
Enquanto parque tecnológico, podemos pensar em todas as unidades da Ulbra. Temos empresas incubadas em Guaíba, Canoas, Manaus. E a incubadora trabalha para desenvolver startups – nisso já passaram mais de 30 projetos. Deixamos de incubar na pandemia, e estamos retomando o processo. Por isso, reformulamos o modelo para a plataforma online, mas também dando a chance das empresas se instalarem em qualquer unidade da Ulbra, dentro ou fora do Rio Grande do Sul.
Quais as vantagens de participar do programa?
Os participantes podem comparecer para a capacitação e receber orientação, mas também acessar a plataforma, onde fica disponível toda a base teórica para a modelagem de negócios. São cinco eixos: capital, mercado, comportamento empreendedor, gestão e tecnologia. Os ensinamentos passam por temas como busca de investimento, finanças, desenvolvimento de projetos e tecnologia.
Tudo isso com o suporte que a universidade empresta à Ulbratech?
Sim, fazemos a conexão com a academia. Os participantes ficam próximos de professores e de mão de obra qualificada, conforme a necessidade de cada projeto. Nós buscamos estagiários, bolsistas e funcionários. Vamos na coordenação dos cursos e conversamos com os docentes.
Um diferencial importante do modelo online da incubadora é que temos capilaridade em rede nacional. Tivemos uma empresa do agro em Guaíba, com contrato conosco, fazendo parceria com o curso de Agronomia e Medicina Veterinária em Canoas. Um aluno de agronomia em Canoas, por exemplo, pode buscar informação e espaço de desenvolvimento em Itumbiara, lá em Goiás, onde temos uma unidade muito forte nessa área. Somos um hub de conexão.
O que os projetos precisam apresentar para serem aprovados?
A grande questão é a pergunta que sempre se faz: o que vai fazer que é diferente do que os outros estão fazendo? Não precisa ser totalmente disruptivo, o que é muito difícil, mas que oportunidade está visualizando? Isso que vai ser cobrado. E também a capacidade técnica e gerencial de tocar o projeto.