
A mediana das estimativas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 passou de 1,98%, no mês anterior, para 2,0%, conforme divulgação da autoridade monetária realizada nesta terça-feira (22). O documento também revisou a projeção da inflação, mas manteve os valores esperados para o dólar e a taxa Selic.
No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central diminuiu a projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista - mas a incerteza sobre a estimativa aumentou.
A previsão intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 passou de 1,61% para 1,70%. Considerando só as 69 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,80% para 1,70%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela terceira semana seguida. Um mês antes, era de 1,99%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 58ª semana seguida.
IPCA
A mediana das projeções do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu de 5,65% para 5,57%, após três semanas de estabilidade. Agora, está 1,07 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%.
A projeção para o IPCA de 2026 permaneceu em 4,50%, colada ao teto da meta, pela quarta semana consecutiva. O BC espera que o IPCA suba 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). A autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante, mas o período deve mudar para o fim do ano que vem na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de maio.
O colegiado já aumentou a taxa Selic em 3,75 pontos porcentuais desde setembro, para 14,25%, incluindo uma rápida elevação de 3 pontos entre dezembro e março. Na ata da sua última reunião, do dia 19 de março, o Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio, embora com uma alta inferior a 1 ponto porcentual.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela nona semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,79% para 3,80%. Um mês antes, estava em 3,78%.
Dólar
A mediana das expectativas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a cotação do dólar no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,90 pela segunda semana seguida. Um mês antes, era de R$ 5,95.
A estimativa intermediária para a moeda norte-americana no fim de 2026 recuou pela terceira vez consecutiva, de R$ 5,97 para R$ 5,96. Quatro semanas atrás, era de R$ 6,0.
A estimativa intermediária para o dólar no fim de 2027 permaneceu em R$ 5,89. Um mês antes, era de R$ 5,90.
A projeção para o fim de 2028 aumentou de R$ 5,84 para R$ 5,85. Um mês antes, era de R$ 5,90.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Selic
A mediana das previsões para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15% pela 15ª semana seguida – sugerindo que os juros terão de subir 0,75 ponto porcentual acima do nível atual, de 14,25%. O Comitê de Política Monetária (Copom) tem elevado a taxa e já sinalizou um novo aumento, menor do que 1 ponto porcentual, na sua próxima reunião, dos dias 6 e 7 de maio.
Com isso, o mercado espera que a Selic suba ao maior nível desde maio de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75%. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.
A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 12ª semana consecutiva. A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela décima semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 17ª semana consecutiva.