![Marcello Casal Jr / Agência Brasil Marcello Casal Jr / Agência Brasil](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/7/1/3/3/4/6/4_14a733d6be1f5d5/4643317_569d98cecf755db.jpg?w=700)
O dólar começou a semana em alta, cotado a R$ 5,81 nesta segunda-feira (10). Ao longo da manhã, a cotação permaneceu em R$ 5,77. Já por volta do meio-dia, chegou aos R$ 5,79, voltando a R$ 5,78 durante a tarde. Na semana anterior, a moeda encerrou a sexta-feira (7) cotado a R$ 5,793.
De acordo com a colunista Marta Sfredo, a moeda norte-americana dava indícios de estabilidade na sexta-feira (7) até duas notícias impactarem o mercado. Um possível reajuste do Bolsa Família para aliviar a alta dos preços dos alimentos e uma nova ameaça de tarifas de reciprocidade a diversos países por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fizeram a moeda americana voltar ao patamar de R$ 5,80. Mas não se manteve até o encerramento da sessão e fechou a semana em R$ 5,793, alta de 0,51%.
Neste domingo (9), Trump tornou iminente uma de suas ameaças, ao anunciar tarifas de 25% sobre alumínio e aço importados pelos EUA a partir desta segunda. Como impacto da medida, o dólar já registrou alta de pelo menos 0,3% frente às principais moedas do mundo, como o dólar canadense, a coroa norueguesa e o dólar australiano. Projeta-se que o real também possa sofrer desvalorização neste começo de semana, já que o Brasil está entre os três principais fornecedores de aço para os EUA
Cotação do dólar ao vivo
Confira o gráfico da evolução da moeda, disponibilizado pela TradingView:
Valor do dólar atualizado
Dólar comercial: R$ 5,77
Máxima dólar comercial: R$ 5,81
Projeção em 2025
A escalada a patamares históricos teve início no fim de novembro, quando o dólar chegou à marca dos R$ 6 pela primeira vez. O pico respondeu à declaração de Haddad, que anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Em dezembro, o valor nominal da moeda em relação ao real atingiu o seu recorde histórico, chegando à marca de R$ 6,26.
O crescimento do valor do dólar em 2024 foi o maior desde 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19. Em 30 de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como "corretas" as intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
De acordo com especialistas, boa parte dos fatores que levaram ao crescimento do dólar no ano passado devem se manter em 2025. Em sua maioria, acreditam que a cotação da moeda deve se estabilizar neste patamar mais elevado, mas projetam pelo menos uma leve queda no valor nominal. A tendência é que a cotação fique ao redor dos R$ 5,80.
O que tende a ficar mais caro com o dólar alto?
Com a moeda americana em alta, itens consumidos na rotina dos brasileiros tendem a subir de preço diante do aumento de custos na produção e importação.
O efeito é espalhado e pode ir desde gasolina, pão e café mais caros até dificuldade para concretizar viagens internacionais. Com preços mais altos dentro da economia do país, a inflação tende a acelerar, segundo especialistas.
Na prática, o dólar mais alto costuma ter um primeiro efeito na produção. Em seguida, com a necessidade de repassar parte do aumento de custos, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Com isso, a inflação segue persistente.
O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirma que o câmbio pressiona o preço de itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados.
— É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços.