Um evento que vai além dos três dias em que foi realizado e que começa com uma visão de futuro para o Rio Grande do Sul e para a cidade. Assim foram definidos os legados e as perspectivas de realização do South Summit em Porto Alegre, em um bate-papo, promovido pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), nesta segunda-feira (8), com lideranças que participam ativamente não apenas da organização, mas de todo o conceito por trás da programação que tomou conta da Capital no final do mês passado.
— Há uma história anterior ao South Summit, que envolve uma estratégia de desenvolvimento que é de Estado, não apenas desse governo, e reúne os esforços da academia, da iniciativa privada, do terceiro setor, os municípios, e converge num esforço para fazer do RS um lugar mais competitivo — pontou o vice-governador Gabriel Souza no encerramento de sua fala.
A afirmação, explica, está diretamente relacionada com o desenvolvimento econômico. Isso porque, em razão de questões demográficas, o Estado tem menor quantidade de jovens, o que demanda por pessoas cada vez mais qualificadas, capazes de alavancar a atividade econômica e produtividade.
— Nosso capital humano, as pessoas, que são um dos nossos principais ativos, precisam estar cada vez mais eficientes. É por isso esse esforço. Poderia ter sido outro evento, mas o South Summit era o que mais encaixava na nossa estratégia — concluiu.
Referência internacional em sistemas de informação, o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, Jorge Audy, chama a atenção para alguns aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos por quem não acompanha tão de perto a programação. Segundo ele, existe uma dimensão da inovação — tão relevante quanto a tecnológica — que é a social, ou seja, aquela capaz de transformar a realidade das pessoas nas comunidades e em áreas periféricas.
— Não tenho dúvida de que evoluímos nessa trilha social, mas vamos avançar mais na busca para equilibrar o balanço entra a inovação tecnológica, em igual intensidade, e a social para atender a todo o potencial que a inovação tem a oferecer para a sociedade — comentou, ao frisar que durante a terceiro edição do evento foi possível acompanhar painel do cofundador do aplicativo Waze, Uri Levine, e de Tia Mara, liderança do projeto Territórios Inovadores, na Vila Planetário:
— Isso coloca um pouco de realidade para quem atua na academia, nas empresas, e passa a olhar para essa multiplicidade em um mundo de problemas e desafios tão complexos.
Redes sociais
Assunto do momento nos ambientes tecnológico e políticos do país, o embate entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o bilionário Elon Musk, dono da rede social X, não ficou de fora do evento promovido pela ACPA. No encerramento de sua participação, o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, disparou:
— Não é possível falar em confiança na inovação em um país que bane uma rede social. Se acreditamos em inovação e em liberdade temos de aprender a conviver com as dores que a inovação e a liberdade também trazem.
A frase se refere ao início de uma série de postagens de Musk direcionadas a Moraes. O proprietário da rede, da Tesla e de outras gigantes da tecnologia ameaça descumprir decisão da Suprema Corte do Brasil e reativar contas suspensas. A decisão beneficiaria influenciadores e perfis de apoiadores do bolsonarismo que atualmente estão com seus perfis bloqueados.
Alexandre de Moraes, em resposta, determinou investigação sobre a conduta do empresário em novo inquérito e incluiu Musk entre os investigados no inquérito das milícias digitais.
Antes, Ricardo Gomes exaltou a evolução do South Summit, evento que, segundo ele, faz parte de um planejamento para o desenvolvimento das principais vocações econômicas da cidade e reúne, entre os pilares, a inovação e os eventos.
— O South Summit converge para os dois, é um evento de inovação — resumiu.