O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (2) que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado no período da manhã mostra que a economia brasileira "não cresceu nada" no ano passado. Segundo ele, o compromisso agora é fazer o país voltar a crescer e realizar investimentos, para gerar empregos e renda.
— Hoje foram publicados os dados do último trimestre do ano passado. A economia brasileira não cresceu nada no ano passado. Então, o desafio que temos agora é de fazer a economia voltar a crescer, e temos que fazer investimentos — disse Lula, durante o lançamento do programa Bolsa Família.
Conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro caiu 0,2% no quarto trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2022. O resultado veio abaixo da mediana (-0,1%) das estimativas de analistas, que esperavam desde um recuo de 0,9% até uma alta de 0,4%.
O presidente afirmou que o governo não está prometendo que o Bolsa Família "vai resolver todos os problemas da sociedade" e declarou que é necessário, em paralelo, uma política econômica de geração de emprego e transferência de renda, por meio de salários.
Como uma das medidas, o presidente pontuou que não pode permitir que obras continuem paralisadas no país e que é necessário retomar todas que estão suspensas, de diferentes setores:
— Nos últimos quatro anos, o ex-presidente (Jair Bolsonaro) investiu apenas R$ 20 bilhões em obras de infraestrutura. Nós, somente este ano, já anunciamos R$ 23 bilhões, ou seja, em um ano, vamos colocar mais dinheiro do que eles colocaram em quatro. Isso deve valer para educação, pra saúde, pra casa, pra escola, pra creche, porque senão não gera o emprego que precisa gerar.
Lula ressaltou ainda que, para a economia crescer, é necessário investimentos privados, mas também destacou a importância de investimentos públicos. Segundo ele, bancos públicos vão voltar a investir recursos para gerar emprego, desenvolvimento e distribuição de renda efetiva.
— Só vai gerar emprego se a economia crescer, e é preciso, primeiro, que haja investimento privado e, se não houver investimento privado, que haja investimento público. Não é que a gente quer que o Estado faça as coisas que o privado tem que fazer, mas, se o governo federal não investir dinheiro como indutor do desenvolvimento, nada vai acontecer — emendou.
Sugestão
O presidente da República sugeriu que o Ministério Público faça um convênio entre Estados e Ministério do Desenvolvimento Social para fiscalizar o recebimento do novo Bolsa Família, diante da alta de casos de fraude no sistema para receber o benefício. Segundo ele, o compromisso de todos é de fiscalizar programa para que dê certo.
— Esse não é um programa de um governo, de um presidente da República, é um programa da sociedade brasileira e que só vai dar certo se a sociedade assumir a responsabilidade de fiscalizar o cadastro único que estamos fazendo. O programa tem que chegar somente na mão de quem precisa. Não queremos intermediários. Somente quem tem que saber quem vai receber são vocês e a Caixa Econômica Federal — completou, pedindo ajuda na fiscalização séria de todos, incluindo da imprensa brasileira.
O presidente reforçou o anúncio já feito pela presidente da Caixa, Rita Serrano, no evento, dizendo que o pagamento do novo Bolsa Família começará no dia 20. Lula relatou que o programa é apenas um pedaço das coisas que o governo precisará fazer.
— Não vai resolver todos os problemas — pontuou.