
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso tem cobrado do ministro da Economia, Paulo Guedes, a criação de programas de subsídios diretos para o diesel, combustível utilizado nos transportes de carga e coletivo. Lira avaliou que com o teto de gastos e a lei de responsabilidade fiscal, não haveria espaço para subsídio de forma linear para todos.
— Mas direto para o que causa inflação, que é o transporte de carga no Brasil e o transporte coletivo, é possível — afirmou em entrevista para a Rádio Bandeirantes.
O parlamentar também descartou que a criação dos subsídios pudessem tornar o presidente da República, Jair Bolsonaro, inelegível através de uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Não se justifica uma ação como essa, o mundo está em Estado de exceção — disse.
Lira também voltou a falar dos governadores, a quem o governo atribui parcela da culpa pelo aumento nos combustíveis devido ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O líder argumentou que os dirigentes estaduais não são os responsáveis pelo aumento:
— É a alta do dólar e a alta do petróleo.
E completou que o ICMS é um "mal gigantesco na conta do combustível".
Lira sugere que governo deixe de ser acionista majoritário na Petrobras
Arthur Lira avaliou nesta sexta-feira (27) ser inadequado dar início ao processo de privatização da Petrobras e sugeriu que o governo venda a participação das ações da empresa sob controle do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e deixe o controle acionário na petroleira.
— Ele (governo) poderia vender as ações que tem no BNDES, em torno de 14%, e deixaria de ser majoritário — afirmou o presidente da Câmara durante entrevista à Rádio Bandeirantes.
Lira sugeriu que a operação seja feita por um projeto de lei, ou após "uma discussão mais aprofundada".
— Ou a gente privatiza essa empresa, ou a gente toma medidas mais duras — ressaltou.
Para o deputado, a empresa se protege no fato de o governo "ser majoritário para não pagar o desgaste da sua inação, dessa sua falta de sensibilidade".
Segundo Lira, se o governo deixar de ser o acionista majoritário, ele "tiraria das suas costas essa responsabilidade da falta de sensibilidade da Petrobras".
Sobre a disparada nos preços dos combustíveis, o presidente da Câmara voltou a citar exemplos de petroleiras que, segundo ele, "têm tido a sensibilidade de abrir mão de parte dos seus lucros abusivos para, ou bancar subsídio direto, ou congelar seus preços, ou fazer algum ato direto para a população".