
O Rio Grande do Sul mais contratou do que demitiu pelo sétimo mês consecutivo. O Estado abriu 18.722 vagas com carteira assinada em novembro. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (23), pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Na comparação com outubro, o desempenho do Estado é estável.
O saldo positivo em novembro ocorre diante de 112.378 contratações e 93.656 demissões no período. No ano, o Estado acumula abertura de 159.082 postos com carteira. No período de 12 meses, o montante está em 154.337.
Serviços liderou na geração de emprego em novembro entre os grupos presentes na pesquisa. O setor abriu 8.281 vagas no mês passado. Desde a reabertura maior das atividades, serviços vêm liderando na abertura de postos com carteira assinada. Na sequência, aparecem comércio com 7.051 vagas e indústria, com 2.033. Construção e agropecuária também ficaram no azul, mas com volume mais tímido (veja abaixo).
O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que o protagonismo do setor de serviços segue ocorrendo na esteira do controle sanitário da pandemia. Com o avanço da vacinação e aumento da circulação de pessoas, esse setor recupera o que foi perdido no pior momento da crise sanitária.
No comércio varejista, o economista destaca a participação dos segmentos de vestuário, acessórios e calçados. Frank afirma que esses grupos têm destaque nas admissões diante do aumento dos trabalhos no modelo presencial e dos eventos, permitidos diante das flexibilizações.
— Isso tem muito a ver com a melhora do quadro sanitário, porque observamos a volta das atividades presenciais. Teve uma demanda reprimida, que começa a ser atendida na medida em que os eventos e outras atividades presenciais vão retornando — destaca Frank.
O economista-chefe da CDL de Porto Alegre destaca que a inflação persistente e a sequência de altas da taxa de juro básico para tentar frear essa pressão nos preços pode dificultar a geração de emprego na primeira metade do próximo ano. No entanto, destaca que diversos segmentos do setor de serviços que foram mais castigados no auge da pandemia ainda têm espaço para recuperar.
Brasil
O desempenho positivo do Estado ocorre na esteira do movimento nacional. O mercado de trabalho formal brasileiro voltou a acelerar e registrou um saldo positivo de 324.112 carteiras assinadas em novembro. O resultado do mês passado ocorre após 1,7 milhão de admissões e 1,4 milhão de demissões no mês. Em novembro de 2020, o país registrou a abertura de 376.265 vagas com carteira assinada.
No acumulado dos 11 primeiros meses de 2021, o saldo do Caged é positivo em 2,992 milhões de vagas. No mesmo período do ano passado, houve criação líquida de 121.931 postos formais.
O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, disse que é o terceiro melhor mês do ano na geração de empregos formais, atrás apenas de fevereiro, que teve 389.679 vagas criadas, e agosto, com 375.284 novos postos:
— Isso é fruto de grande esforço da sociedade e do governo do presidente Jair Bolsonaro, que manteve uma disciplina fiscal importante, que manteve um processo de simplificação, desburocratização, digitalização do governo, revisão de normas regulamentadoras, de simplificação e condensação da legislação trabalhista infralegal — afirmou Onyx.
O Ministério do Trabalho e Previdência também informou que 1,6 milhão de trabalhadores seguiam com garantia provisória de emprego em novembro. O benefício é garantido via Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem). Para cada mês de suspensão ou redução de jornada pelo programa, o trabalhador tem o mesmo período de proteção à vaga. O programa foi relançado em abril pelo governo, por mais quatro meses.