![Giulian Serafim / PMPA Giulian Serafim / PMPA](https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35592387.jpg?w=700)
Porto Alegre desponta como uma das capitais brasileiras onde o 5G poderá ser realidade em breve. Passado o leilão da Anatel, que definiu as empresas que vão operar o serviço, a corrida agora é pela instalação da infraestrutura necessária. A expectativa é de que o sinal de internet de quinta geração, e mesmo o 4G, estejam disponíveis em 42 mil esquinas da Capital através das placas de rua.
A inovação de ponta será viabilizada pelo Grupo Imobi, responsável pelo mobiliário urbano na Capital. As antenas serão acomodadas em estrutura que ficará acima da indicação de nome das ruas. A parte técnica será executada em parceria com a Highline do Brasil, empresa de infraestrutura em telecomunicações.
Como vai funcionar
Os aparelhos celulares são conectados à rede das operadoras de telefonia através das estações rádio base (ERBs). São antenas instaladas em torres, postes ou topo de prédios. Mas há também as soluções de cobertura de ruas, conhecidas como SLS (street level solution), ou seja, ERBs de cobertura baixa, como a solução que será implantada nas placas de Porto Alegre pela Highline.
Enquanto uma ERB de tecnologia 4G cobre, aproximadamente, um raio de dois quilômetros, a ERB 5G deverá ter cerca de 500 metros de raio de cobertura. A vantagem, neste caso, é que as antenas 5G são do tamanho de uma caixa de sapatos, significativamente menores que as de 4G.
Tecnicamente, segundo a Highline, é possível que a mesma antena possa atender a mais de uma operadora. Mas isso vai depender do objetivo da cobertura e da configuração dos equipamentos a ser definida por cada empresa.
Quando será realidade?
As operadoras têm até julho de 2022 para implementar o 5G nas capitais. Com a disponibilização das esquinas da Capital, a expectativa do sócio-diretor do Grupo Imobi, Daniel Costa, é de que até o início do próximo ano já haja interesse das empresas de telefonia para a exploração dos pontos.
– Porto Alegre veio à frente disponibilizando 42 mil cruzamentos. A cidade não só tem a legislação mais ágil como também pontos para receber a tecnologia. Com certeza, é a bola da vez – diz Costa.
– É um projeto muito disruptivo. Porto alegre saiu na frente – concorda Carolina Vilela, diretora comercial da Highline.
A internet 5G vai trazer muito mais velocidade aos usuários. Mas para isso acontecer, a distância entre as antenas tem de ser menor para não se perder o sinal, já que as ondas são mais curtas. Por isso, para o 5G funcionar, é necessário pelo menos cinco vezes mais antenas do que o 4G.
Em outubro, a prefeitura automatizou o processo de liberação de licenças para instalação das infraestruturas necessárias, o que deve acelerar ainda mais o desembarque da tecnologia. Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade, Germano Bremm, o modelo permite reduzir o prazo de tramitação de dois anos para apenas um dia.
– A cidade do futuro é aquela que tem conectividade. Estrategicamente, pelo ponto de vista do desenvolvimento, fizemos a reformulação e automatizamos o processo. Além da simplificação, viabilizamos a implementação de internet no espaço público – resume Bremm.
Porto Alegre ainda poderá capitalizar com a disponibilização dos espaços. Conforme termo aditivo de contrato assinado entre a prefeitura e o Grupo Imobi no passado, que abriu as portas para a exploração de receita alternativa na concessão do mobiliário, o município ficará com 15% de toda renda gerada pela utilização do espaço para a instalação das antenas.