
Sócio da FJ Labs — fundo sediado no Vale do Silício que faz cerca de cem investimentos por ano e que já investiu em 19 unicórnios e mais de 700 startups—, Jeff Weistein explicou durante evento virtual promovido pelo Instituto Caldeira na tarde desta terça-feira (24) como costuma escolher as empresas nas quais acredita que vale a pena investir.
Segundo ele, alguns pilares são frequentemente avaliados pelos investidores, dentre eles a valoração (quanto vale a startup) e a equipe da empresa. Para ele, o fundador da startup deve ter capacidade analítica e operacional, sem perder qualidades como paixão pelo que faz e perseverança.
— Queremos também que o fundador entenda de marketing — disse Weistein, que tem em sua carteira de investimentos empresas como Alibaba, Betterment, Coupang, Delivery Hero, Fanduel, Flexport e Rappi.
As declarações foram feitas durante uma conversa com Ricardo Geromel, sócio na 3G Radar e Embaixador Internacional do Caldeira. Ele mediou a fala de Weistein nesta terça-feira, durante a segunda edição do evento Go Global.
Em sua fala, Weistein comentou sobre como costuma proceder em suas apostas — a agilidade no diálogo foi um dos pontos enfatizados.
— Decidimos rapidamente, é uma questão de duas ligações. As empresas gostam de trabalhar conosco em função dessa rapidez. Não importa o lugar onde você construiu sua empresa. Se ela for incrível, o capital vai te achar — afirmou.
Referência no mercado externo, a FJ Labs também já investiu em mais de 30 empresas brasileiras. Atualmente, na opinião de Weistein, a valoração das startups no Brasil está "fora da realidade".
— É um momento muito empolgante mas também aterrorizante (para investir no Brasil). As valorações me parecem fora da realidade. Este é um dos pontos da nossa estratégia. Quando achamos que as valorações estão fora da realidade, vendemos parte das nossas participações e colocamos em outro lugar. Isso é algo incomum, estranho. É sinal de que o mercado não acredita naquela empresa, isso pode matar um negócio — afirmou.
Segundo ele, a busca tem sido maior por mercados específicos, com "bons serviços ao consumidor". Como exemplo, citou aplicativos que auxiliam o usuário "de ponta a ponta" — como ferramentas para adquirir materiais de construção ou financiar imóveis.
— A experiência é completa, ajudando com financiamento, hipoteca — exemplifica Weistein, citando o grande número de novas empresas na América Latina.
— Vemos muitas oportunidades interessantes, especialmente no Brasil, onde temos orgulho em ser um dos investidores mais ativos.