Com as recomendações de órgãos da saúde para tomar chimarrão de maneira individual e com o aumento de pessoas em casa em função do distanciamento, o consumo de erva-mate aumentou 20% durante a pandemia no Rio Grande do Sul. É o que estima Álvaro Pompermayer, presidente do Sindicato da Indústria do Mate do Estado (Sindimate-RS), em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha). O aumento é visto por ele como recuperação de parte da queda de vendas que o setor enfrentou por conta da crise econômica dos últimos anos.
— Todas as classes consomem erva-mate, mas o grande consumo é da classe média para baixo. E este foi um consumidor muito atingido pela falta de dinheiro. As vendas caíram. A indústria, por sua vez, começou a baixar preços, para tentar manter as suas vendas, e não conseguiu. Passou a se ter uma briga interna de indústrias. Isso levou a um problema econômico, dentro das indústrias também. E hoje tá se recuperando um pouco.
Apesar do bom resultado na pandemia, o presidente se vê preocupado com outro problema que afeta o Rio Grande do Sul, a estiagem.
— A boa notícia é que aumentaram as vendas. Mas, em função da estiagem, a brotação da erva-mate, no verão, não aconteceu. Isso impacta muito no setor — conta Pompermayer.
Segundo ele, alguns ervais morreram e outros estão produzindo entre 600 e 700 arrobas, quando, antes da estiagem, se produzia cerca de mil arrobas.
— Aumentando um pouco às vendas hoje, a gente comemora, mas nos preocupa que lá pelo mês de setembro, na época das comemorações da Semana Farroupilha, se é que vai estar liberado, a oferta de erva vai ser muito pequena e com impacto para o consumidor. Acredito que os preços devem subir, e bastante, nos próximos meses — comenta o presidente do Sindimate-RS.
Para o programa, Álvaro Pompermayer comentou também sobre o consumo em cuias menores. Para ele, esta é uma tendência que começou com o aumento do preço da erva-mate nos últimos anos, e é um dos fatores que devem ser considerados para analisar as vendas.
O Sindimate-RS representa indústrias que somam 70% da produção de erva-mate no Estado. Confira a entrevista completa para o programa Acerto de Contas: