
Em mais uma publicação polêmica e enigmática em redes sociais para sua coleção, o CEO da montadora Tesla, Elon Musk, publicou na sexta-feira (1) em seu perfil no Twitter que, "na sua opinião, o preço das ações da Testa está muito alto". A resposta do mercado foi uma queda superior a 10% nos papéis da empresa.
Inicialmente, se cogitou uma invasão de hackers à conta de Musk, o que não se confirmou. O jornal The Wall Street Journal entrou em contato com o empresário perguntando se se tratava de alguma brincadeira e recebeu de volta um email dizendo apenas: "Não".
Na sequência, Musk publicou "agora deem liberdade às pessoas de volta" seguido de versos do hino nacional dos Estados Unidos, que também exaltam a liberdade.
A interpretação da imprensa norte-americana é que o rompante de Musk foi um ato de rebeldia contra a SEC — "Securities and Exchange Commission", órgão regulador do mercado financeiro nos Estados Unidos. Em maio de 2019, o bilionário fez um acordo com o órgão de que seus tuítes deveriam passar pelo crivo do setor jurídico da Tesla.
A SEC acusava Musk de publicar informações inverídicas no Twitter que poderiam influenciar o preço das ações de suas empresas. Em um dos tuítes, de fevereiro de 2019, Musk comentou que a Tesla produziria cerca de 500 mil unidades do carro elétrico Model 3 naquele ano, o que não estava estava nos planos da empresa. O ato levou a SEC a questioná-lo, na negociação que se encerrou com o acordo meses depois. Em novembro, o empresário chegou a insinuar que deixaria o Twitter.
Apesar da queda de 10,3% na sexta-feira (fecharam o dia cotadas a US$ 701,32), os papéis da montadora acumulam ganhos de 200% em um ano e de 35% nos últimos três meses.
A polêmica ocorreu no dia seguinte ao anúncio de que a SpaceX, de Musk, foi uma das três empresas a fechar contrato com a Nasa para o desenvolvimento de um novo sistema de pouso lunar tripulado. Se tudo correr conforme o planejado pela Nasa, o homem deve voltar a pisar na lua em 2024.