Um comunicado ao mercado feito pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), nesta quinta-feira (23), chamou a atenção pela projeção de investimentos. Em crise, a previsão é de R$ 3,185 bilhões nos braços de Distribuição (CEEE-D) e Geração e Transmissão (CEEE-GT). No entanto, a cifra se refere ao que a empresa planeja gastar, sem garantia de que o valor seja executado. Além disso, o Piratini aposta na privatização ainda em 2020.
A divisão com maior dificuldade financeira é a CEEE-D, sem condições de honrar, até mesmo, o ICMS devido à Fazenda estadual.
A previsão de investimento considera o período 2020-2024. Apenas para 2020, a CEEE prevê gastar R$ 410 milhões, que ficarão a cargo do Estado. O montante inclui, por exemplo, a troca de postes e de transformadores avariados.
Por isso, de acordo com o governo gaúcho, não há novidades em relação aos custos, que não fogem aos projetados nos últimos anos. A inovação seria focada na relação com o mercado.
— A CEEE é listada em bolsa e precisamos melhorar nossa comunicação com investidores. É a profissionalização da gestão — destaca o secretário estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos.
Privatização
O governo espera concluir ainda no segundo semestre de 2020 o processo de privatização da CEEE. Sendo assim, o compromisso com grande parte do bolo de R$ 3,185 bilhões ficaria com a empresa que garantisse o posto de controladora do sistema.
No meio do ano passado, a Assembleia aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que autoriza o Estado a privatizar a CEEE, a Sulgás e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) sem a necessidade de realização de plebiscito.
Em agosto, o Piratini assinou contrato com o BNDES para a execução de estudos técnicos e contratação dos serviços necessários para avançar na venda da empresa. Entre os pontos a serem respondidos, estão o real valor da companhia e de quanto é o passivo financeiro.