Após ser recebido pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que vai realizar uma assembleia nacional, em 20 de fevereiro, a fim de organizar os trabalhadores para a "resistência" da reforma da Previdência. Ele considera que o texto preliminar da proposta retira direitos.
Em novembro de 2018, durante ato a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freitas disse que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito com menos de 30% dos votos do povo brasileiro e que a CUT não o reconhecia como presidente da República.
Um mês depois, voltou atrás e disse que Bolsonaro foi eleito por 57 milhões de pessoas e que a CUT iria procurar o governo para negociar os interesses dos trabalhadores.
Nesta quinta-feira (7), segundo o presidente da CUT, Mourão evitou entrar no mérito dos termos da reforma da Previdência e sugeriu que o debate deve ser feito no Congresso Nacional. A reunião foi solicitada pela CUT e pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC quando Mourão estava interinamente na Presidência da República, mas acabou adiada para esta semana.
— Viemos perguntar qual é, de fato, a proposta do governo. Toda vez tem uma notícia diferente. Se a proposta é de capitalização, não temos concordância sobre isso. E, se é essa a proposta, tem que ser levada para ser discutida com a sociedade — diz o presidente da CUT.
Para Freitas, o regime de capitalização favorece o capital financeiro nacional e internacional, impedindo que o trabalhador receba aposentadoria e benefícios de assistência social.
— Da forma que está sendo colocada (a reforma), retira direitos — pontua Freitas.
A capitalização é uma espécie de poupança que o trabalhador faz para garantir a aposentadoria no futuro, na qual o dinheiro é investido individualmente. O modelo atual é o de repartição, no qual quem contribui paga os benefícios de quem já está aposentado.
Freitas também disse que não concorda com a ideia da carteira de trabalho verde e amarela, proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
— Uma coisa é emprego, outra é bico, não vamos confundir.