O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, afirmou nesta segunda (27) que a saída do senador Romero Jucá (MDB-RR) da liderança do governo no Senado não prejudica as negociações em curso para a construção do chamado "linhão" de Tucuruí, que pretende viabilizar a integração do Estado de Roraima ao sistema elétrico nacional. Atualmente, o Estado depende de energia venezuelana, cuja transmissão tem sofrido interrupções.
Jucá tem sido um dos principais articuladores para viabilizar a construção do linhão. Na semana passada, o senador participou de uma reunião no Palácio do Planalto que tratou da questão.
— O senador foi e continua sendo protagonista nesta questão do linhão, cuja solução ficou praticamente alinhavada — afirmou Marun.
Presidente nacional do MDB, Jucá anunciou nesta tarde que deixou o cargo por discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima. Ele disse que, como líder, não poderia cobrar e reclamar do governo nesta questão.
— Nós vamos, nos próximos dias, certamente neste governo, iniciar a obra de implantação desta que é a solução. A solução não passa pela Venezuela. A solução chegará pro meio deste linhão, onde houve uma grande participação do senador Jucá. Não é pelo fato de ele deixar de ser o líder do governo que o linhão deixa de ser prioridade nossa — disse Marun.
Questionado sobre o que o governo pretende fazer diante dos rumores de que a transmissão de energia da Venezuela poderia ser interrompida, Marun afirmou que é preciso separar "o que é torcida do que é realidade".
— O governo não tem informação no sentido de uma suspensão no fornecimento de energia a Roraima por meio desta termelétrica venezuelana.
Na semana passada, no entanto, o Palácio do Planalto foi informado sobre a possibilidade de interrupção do fornecimento de energia pela Venezuela por causa de uma dívida de US$ 30 milhões. Segundo Marun, a questão já está sendo resolvida pelo governo, mas, devido à própria instabilidade do país vizinho, as autoridades brasileiras estariam tendo dificuldades em concluir o pagamento.
— Mas isso será resolvido, eu tenho certeza que não haverá essa suspensão de fornecimento, até porque esse fornecimento e a venda de energia interessam também à Venezuela — assinalou Marun.