Nos últimos sete dias, a bolsa subiu 11%, mais da metade da perda acumulada entre julho e setembro. Só nesta quarta-feira, as ações da Vale deram um pulo de 10%. As da Petrobras recuperaram 21% de seu valor em sete dias. Tudo isso no país cuja presidente está sob investigação de dois tribunais, o Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal de Contas da União(TCU). Estão os investidores alegres com os dissabores de Dilma Rousseff, como ocorreu na campanha? Os analistas dizem que, desta vez, não.
Conheça os novos ministros de Dilma
A fonte do ânimo do mercado está fora do Brasil. A Parceria Transpacífica (TPP na sigla em inglês) embutiu a perspectiva de que os Estados Unidos só devem elevar o juro em 2016, afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Alex Agostini, da Austin Rating, reforça que o mercado anda abstraindo o cenário político e focando no Exterior, onde o petróleo subiu.
Perfeito vai além ao dizer que, a essas alturas, um cenário com Dilma é mais previsível do que um com o PMDB "que patrocinou a pauta-bomba" no governo:
- O mercado não gosta da Dilma, mas sem ela, como fica o ajuste? Fica na mão do PMDB.
Leia mais coluna de Marta Sfredo
Embora tenha "escolhido" olhar para fora nesta semana de acordos descumpridos e rituais confirmados, o mercado deu um sinal de alerta. O dólar chegou a voltar para abaixo de R$ 3,80, mas só ficou lá até o novo adiamento da votação dos vetos presidenciais a medidas que detonam o ajuste fiscal. Um olho está longe, o outro mira mais perto.