Com a maioria dos analistas apostando que não será nesta quinta-feira, ainda, o dia da trovoada nos Estados Unidos, o mercado no Brasil teve um dia de trégua, com alta na bolsa e recuo no dólar. O bom humor que começou embalado por notícias lá de fora ganhou o reforço da boataria sobre a dança de cadeiras na Esplanada. Até a substituição do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, por um nome de mercado circulou nas mesas de apostas. Como o Planalto demora em confirmar trocas e cortes, cria espaço para os rumores.
Pesquisa da Reuters aponta que 45 de 80 economistas americanos esperam que o Federal Reserve mantenha o juro perto de zero. A percepção foi reforçada pela divulgação de que a inflação caiu 0,1% em agosto.
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Entre os analistas brasileiros que acompanham mais de perto a economia americana, João Marcus Marinho Nunes considera remota a formação da tempestade perfeita, com alta da taxa nos EUA.
- A Suécia e a zona do euro identificaram sinais de recuperação da economia, elevaram o juro mas tiveram de voltar atrás, porque voltaram a perder fôlego. O zero parece ser um atrator, quando se tenta sair ele puxa de volta - avalia, lembrando que se discute a "grande estagnação" global.
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Nunes lembra que muitos dos atuais integrantes do comitê monetário do Fed jamais votaram em alta de juro - a taxa não sobe desde 2006. Para o Brasil, o temor de uma elevação do Fed é a fuga de capital para os EUA, o que acentuaria a alta do dólar e da inflação por aqui.