
As exportações do Rio Grande do Sul recuaram 9,8% em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado, e totalizaram US$ 1,83 bilhão. Esse resultado foi determinado pela indústria de transformação, que teve retração de 14,9% ao somar US$ 1,15 bilhão - valor mais baixo para o mês desde 2006. O arrefecimento da demanda externa do Paraguai (-68,4%) e da Argentina (-24,4%) explica praticamente a metade dessas perdas.
- A desvalorização da taxa de câmbio não tem gerado um benefício sobre as nossas exportações, uma vez que a elevação dos custos de produção acaba neutralizando esse efeito. Além disso, o cenário para a demanda externa por nossos produtos piorou, a partir da intensificação da desaceleração econômica em vários países, sobretudo os emergentes - analisa o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller.
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Os segmentos industriais com as maiores desacelerações foram coque e derivados de petróleo (-58,9%), tabaco (-27,1%), máquinas e equipamentos (-22,9%), veículos automotores (-22,3%) e produtos alimentícios (-17,1%). Por outro lado, celulose e papel (193,3%), madeira (55,6%) e produtos de metal (23,5%) elevaram seus embarques.
Os produtos básicos (commodities) apresentaram leve crescimento (0,9%), determinado pelas vendas externas de soja para a China. O país asiático alcançou o primeiro lugar entre os parceiros comerciais do Estado (US$ 634 milhões). Os Estados Unidos ocuparam a segunda posição (US$ 138,5 milhões) ao comprarem em especial tabaco não-manufaturado, apesar dos embarques terem encolhido 2,7%. A Argentina ficou na terceira colocação (US$ 99,8 milhões), obtendo basicamente polietilenos.
Ainda nessa base de comparação, as importações totais caíram -20,4%, somando US$ 1,12 bilhão - valor mais baixo desde 2009. Essa contração ocorreu determinada pelo grupo combustíveis e lubrificantes (-63,6%), em função do quadro recessivo e dos menores preços do petróleo no mercado internacional. Já as mercadorias ligadas à indústria tiveram avanços: bens de capital (21,7%) e bens intermediários (5,8%).
De janeiro a julho, as exportações totais caíram 9,8% (totalizando US$ 9,87 bilhões), com a indústria retraindo 10,1% (US$ 6,78 bilhões). As principais contribuições negativas vieram de coque e derivados de petróleo (-88,6%), máquinas e equipamentos (-19,6%) e produtos alimentícios (-6,1%).