O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) indicou nesta quarta-feira, após reunião em Washington, que pode elevar o juro básico do país ainda neste ano. A alta, contudo, deverá vir em ritmo mais lento do que esperado por analistas e mercado financeiro.
O conselho do órgão decidiu, por unanimidade, retirar do boletim que divulga periodicamente sobre a política monetária o termo "paciente" no que diz respeito à alteração do juro, mas reduziu a possibilidade de uma elevação antes do primeiro semestre.
Por meio do seu boletim e do depoimento da presidente do órgão, Janet Yellen, após a reunião, o Fed deixou claro que o ritmo de alta seguirá dependendo do desenvolvimento da economia dos EUA nos próximos meses, especialmente no que diz respeito à inflação.
Em janeiro, o índice oficial de preços do país ficou negativo no acumulado em 12 meses, bem longe da meta do Fed, de cerca de 2%. Uma alta muito adiantada do juro poderia pressionar ainda mais o quadro de deflação e provocar desaceleração do ritmo econômico.
- A retirada do termo 'paciente' do relatório do Federal Reserve não significa que seremos impacientes - resumiu Yellen.
O anúncio do Fed teve forte impacto no mercado financeiro brasileiro. Logo após a divulgação da decisão, o dólar chegou a subir mais de 1%. Contudo, a indicação de que o ritmo de alta do juro será mais lento do que o antecipado por analistas derrubou a moeda americana, que passou a registrar queda ante o real.
Os investidores da bolsa brasileira também reagiram às notícias vindas de Washington. Por volta das 16h30min, o Ibovespa disparava mais de 2,5%, para acima da faixa de 51 mil pontos.