O pito da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na CEEE e em outras 18 distribuidoras para cobrar mais qualidade de serviço foi constrangedor, mas acendeu uma luz no fim do túnel da empresa, sob risco de perder a concessão em julho.
Depois de longa reunião, a diretoria concluiu que, se a Aneel estivesse decidida a entregar parte da distribuição no Estado à Eletrobras ou licitar a outros interessados, não teria concedido prazo de 60 dias para a CEEE entregar um plano de melhoria e prazo de dois anos para atingir melhores indicadores. Conforme o presidente da companhia, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, R$ 1 bilhão em investimentos permitirão cumprir a meta antes do prazo.
- Há que se admitir que a CEEE não fez o tema de casa. Temos de mudar a imagem da empresa que sempre promete e nunca entrega - resume.
Dos R$ 3 bilhões que entraram nos cofres em 2012, por conta de um dívida da União, resta pouco. Quase R$ 1 bilhão foram usados para abater dívidas, projetos consumiram R$ 1,5 bilhão e cerca de R$ 500 milhões estão comprometidos como garantia de operações de crédito.
Se falta dinheiro, o abastecimento ainda não enfrenta restrições drásticas. Janeiro não bateu o recorde estadual de demanda instantânea - volume de energia exigido pelo sistema em determinado momento - de fevereiro de 2014. Há um ano, foi registrado recorde de 6.902 megawatts (MW). Neste verão, o pico até agora foi em 27 de janeiro, com 6.641 MW.
Entre as mudanças já adotadas - outras virão -, a CEEE vai rever projetos de geração, incluindo parcerias com a Eletrosul. Também vai buscar, em entidades como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Agência Francesa de Desenvolvimento, crédito para programas de redução de "gatos" (ligações clandestinas). Difícil vai ser convencer clientes a regularizar a ligação com aumento projetado, pelo próprio presidente, em 45% só neste ano - sem contar a alta do final de 2014.