Quando os potentes alto-falantes da mesquita do Souk (mercado) de Rabat, capital marroquina, retumbam versos Adhan, que convocam à oração, parte dos lojistas parece nem notar. Nas tendas estreitas, apinhadas de calçados, prataria e suvenires, os vendedores usam calculadoras para digitar seu preço e mostrar ao cliente, que faz a contraoferta da mesma forma. O longo vaivém dos números parece acompanhar o andar incessante da clientela pelas ruelas do antigo mercado.
Leia mais:
Marrocos é um país islâmico, mas liberal
Conheça algumas curiosidades sobre o país
O marroquino sabe: o ganha-pão vem em primeiro lugar. Sempre foi assim. Às portas do Mar Mediterrâneo, Marrocos é desde o princípio uma joia para o comércio da região. Romanos, bizantinos, árabes e europeus já marcharam sobre seu território, ambicionando as rotas comerciais, a agricultura farta e a saída rápida aos mares. Mas os tempos mudaram.
Nos últimos 10 anos, o Reino de Marrocos mergulhou em uma profunda mudança em sua economia. Buscou acordos com vizinhos para se tornar mais liberal, passou a estimular a criação de parques tecnológicos e despejou dinheiro na infraestrutura. O passo seguinte é se aproximar de mercados menos tradicionais - e a lupa está sobre o Brasil.
Vídeo: dê um passeio pelo país e saiba mais sobre a sua economia
Negócios pra lá de Marrakesh
Candidato a emergente, Marrocos quer entrar na mira de investidores brasileiros
Com argumentos como o crescimento acima de 4% da economia em 2013, o dobro do esperado para o Brasil, o país mira no outro lado do Atlântico
Erik Farina
Enviar email