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Enquanto o governo federal comemora os R$ 20,8 bilhões arrecadados com a concessão do Galeão, no Rio, e de Confins, em Minas, a Infraero não consegue impedir atrasos nas obras do aeroporto Salgado Filho. O terminal da capital gaúcha recebeu R$ 600 milhões para ampliar a capacidade e melhorar o conforto para os usuários, mas a estatal não cumpre o cronograma de modernização.
Das oito grandes obras iniciadas nos últimos anos, três tiveram atraso em relação à última estimativa da Infraero, divulgada em julho. Todas, segundo a estatal, estão relacionadas à implantação do Sistema de Pouso por Instrumentos Categoria 2 (ILS2, na sigla em inglês).
A estrutura amplia a capacidade de operação em momentos de menor visibilidade, e deveria ser entregue em dezembro, depois de outras revisões de data. Contudo, teve prazo estendido para o primeiro trimestre de 2014. Segundo a superintendente em exercício da Infraero na Região Sul, Sandra Aparecida de Oliveira, a chuva atrapalhou a instalação das luzes de aproximação, essenciais para o funcionamento do equipamento.
- A nossa meta é entregar a infraestrutura pronta até o fim do ano. Depois disso, vem o trabalho de homologação, que não depende de nós - explica.
A etapa de homologação, em que é testado o funcionamento do sistema, é executada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) até 90 dias após a entrega das obras. No entanto, a administração do terminal garante que para o período da Copa do Mundo, que coincide com a maior frequência de nevoeiros responsáveis pela interrupção dos trabalhos, o sistema estará em operação.
Outra demanda dos usuários do aeroporto, não prevista inicialmente pela Infraero, também deve dar os primeiros passos no início de 2014. Com o estudo de viabilidade concluído em outubro, a licitação para escolher a empresa responsável pela construção e administração do novo edifício-garagem do Salgado Filho tem previsão de lançamento para o primeiro trimestre do próximo ano - diferentes datas já foram marcadas no passado, mas sem sucesso. Hoje o terminal tem 2.440 vagas de estacionamento, capacidade que deve chegar a 6 mil com o novo prédio.
A obra, assim como as demais do terminal, também será licitada pelo Regime Diferenciado de Contratações, sistema que acelera a contratação das empresas vencedoras. A superintendente da Infraero não projeta data para o início dos trabalhos. Outras obras no Salgado Filho, como a ampliação do terminal de passageiros, do complexo de cargas e da pista, seguem com estimativas de conclusão semelhantes às divulgadas em julho pela Infraero (veja quadro ao lado).
Não há previsão para novas concessões
Os terminais com maior demanda de passageiros no país tiveram prioridade nas concessões do governo federal. Longe ainda do movimento registrado pelos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, Brasília, Galeão e Confins, de localização estratégica para a Copa do Mundo de 2014, o Salgado Filho ficou de fora da leva.
- Para a Copa, a infraestrutura que temos hoje atende a todas as questões necessárias - assegura a superintendente da Infraero.
A situação no terminal gaúcho não deve mudar tanto em breve. A Secretaria de Aviação Civil, responsável pelo programa de concessão, ainda não tem previsão para novos leilões de aeroportos.