Apresentado na manhã desta terça-feira, estudo da Confederação Nacional da Indústria CNI prevê que investimentos de R$ 15,2 bilhões em 51 projetos seriam o suficiente para superar os principais problemas do transporte de cargas no sul do país. O cálculo e o detalhamento das obras prioritárias compõem o estudo do Projeto Sul Competitivo
Elaborado pela empresa de consultoria Macrologística, a pedido da CNI e das federações das indústrias gaúcha, catarinense e paranaense (Fiergs, Fiesc e Fiep), o trabalho analisou 18 cadeias nas áreas agrícola, extrativista e industrial, responsáveis por 61 produtos diferentes. O estudo traçou um perfil da movimentação de cargas na região, além de atestar as condições dos modais e projetar custos de fretes em portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e ferrovias.
O projeto engloba 177 propostas, num total de R$ 70 bilhões em investimentos, porém sugere a concentração de esforços para tirar do papel 51 projetos, que correspondem a oito eixos indicados como prioritários. São conjuntos de obras capazes de melhorar a ligação rodoviária com São Paulo, além do acesso, por rodovia ou trem, aos portos de Rio Grande, Paranaguá, São Francisco do Sul e Imbituba. Uma das obras é a construção da ferrovia Norte-Sul entre o Paraná e o porto de Rio Grande. Dos oito eixos apontados, seis são rodoviários, sendo que cinco já existem, mas dependem de pavimentações ou duplicações.
- A BR-285 é um corredor interessante para destinar as cargas da metade norte gaúcha. Em vez de descer até Rio Grande é possível ir a Imbituba, um porto mais próximo e que é menos usado, o que pode oferecer um valor menor no frete - explica Olivier Girard, diretor responsável pelo estudo Sul Competitivo.
A CNI sugere a criação de uma força-tarefa, composta pela iniciativa privada e os governos estaduais e federais, a fim de viabilizar as obras, custeadas pela indústria e o Poder Público, muitas financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou o recente plano de concessões da União. Atualmente, dos 51 projetos apenas 12 estão em andamento. A confederação estima que, concluídos, os oito eixos garantirão uma economia anual de R$ 3,4 bilhões no transporte de cargas.
- Em menos de cinco anos o investimento já se paga - assegura Girard.
Dentro dos 177 projetos se encontram pleitos aguardados pelos gaúchos, como as novas pontes do Guaíba e do Rio Jaguarão, a Rodovia do Parque (BR-448), a hidrovia do Mercosul, o gasoduto Porto Alegre-Rio Grande e melhorias da malha ferroviária do Estado.
- O aumento da participação da iniciativa privada na economia é essencial para ajudar a região Sul a superar as deficiências em sua infraestrutura - avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
DOS OITO EIXOS
Já existem
Porto Alegre-São Paulo - BR-116
Caxias do Sul- São Paulo - BR-101
Passo Fundo-Imbituba - BR-285
Buenos Aires-São Paulo via São Borja - BR-285/153
São Miguel do Oeste-São Francisco do Sul - BR-280/282
Planejados
Trecho sul da Ferrovia Norte-Sul
Ferrovia Guaíra-São Francisco do Sul-Paranaguá
Boiadeira Porto Camargo-Paranguá via Campo Mourão
DOS 51 PROJETOS
Nível de execução
Em andamento 12
Projetados 7
Planejados 22
Idealizados 10
Modal
Rodoviário 19
Hidroviário 0
Ferroviário 14
Portuário 18
Em infográfico, confira 12 das sugestões da CNI para destravar a logística no sul do país: