A Expointer 2023 foi oficialmente aberta na manhã desta sexta-feira (1º), em Esteio, com anúncios do governo federal para o Rio Grande do Sul e com o tradicional desfile dos campeões da feira. A cerimônia teve a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Comunicação, Paulo Pimenta, além do governador Eduardo Leite e demais autoridades.
Em discurso, Fávaro anunciou uma linha de crédito dolarizada para o capital de giro das cooperativas gaúchas. O recurso já havia sido antecipado mais cedo, em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Segundo o ministro, a linha não tem um valor delimitado, e o crédito a ser tomado fica a critério da capacidade de cada cooperativa. Em documento entregue previamente pela Farsul e entidades representantes das empresas, a sugestão era de que o valor liberado fosse de R$ 3,5 bilhões. O crédito deve estar disponível nos próximos 30 dias.
— São notícias que visam se alinhar às políticas públicas para trazer de volta a esperança na realidade de uma supersafra — disse o ministro.
A linha tem juros reduzidos de 7,5% a 8% ao ano e prazo de cinco anos para pagamento. De acordo com Fávaro, para terem acesso, os produtores precisam aderir a um programa de calcário e de fertilização para que tenham um perfil de solo adequado nas propriedades.
Na Tribuna de Honra do Parque Assis Brasil, as autoridades destacaram o sucesso da feira. Secretário da Agricultura do RS, Giovani Feltes disse que a feira provou ser a interação do campo com a tecnologia, ambos se complementando.
A inovação foi um dos motes da Expointer este ano. Ronaldo Santini, secretário de Desenvolvimento Rural, destacou a inclusão das agroindústrias no desfile dos campeões, uma novidade deste ano. Para ele, a menção mostra reconhecimento do Estado a um setor importante para a economia.
Os discursos ainda reforçaram os pleitos do setor que motivaram protestos ao longo da Expointer, como as dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite.
— Queremos as mesmas condições que tem lá para competirmos igualmente e continuarmos produzindo por aqui — disse o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, sobre a forte concorrência e entrada de produtos de leite do Mercosul no mercado brasileiro.
Eduardo Leite encerrou as falas destacando feitos do agronegócio gaúcho e ações que permitiram o seu crescimento nos últimos anos. E reafirmou o compromisso do governo estadual com o federal para seguir articulando medidas de apoios aos produtores. Conforme o governador, a Expointer deve se encerrar com novas marcas históricas:
— O que se tem de dados até aqui mostram que a feira está à altura de superar expectativas e até bater um novo recorde — disse.
Momento histórico
A edição deste ano se encaminha para o fim com marcas simbólicas. Pela primeira vez na história da feira, as agroindústrias familiares premiadas no Pavilhão da Agricultura Familiar participaram do tradicional desfile dos grandes campeões na Expointer.
Empreendedores representando as nove categorias premiadas cruzaram o gramado da pista central exibindo com orgulho produtos como salame tipo italiano, queijo colonial, doce leite, cachaça, entre outros. Uma demonstração de reconhecimento ao trabalho dos agricultores familiares.
Os sabores destacados desfilaram junto às grandes estrelas da feira: exemplares de gado de corte e leite, búfalos, cavalos e ovelhas, que exibiram suas faixas de campeão para o público. No total, 4.275 animais participaram do evento este ano.
A cerimônia também teve apresentações artísticas. A festa ficou completa com a participação da Orquestra Filarmônica Laje de Pedra e do músico Renato Borghetti.