
Iguarias de luxo na alta gastronomia, as trufas associadas ao cultivo das nogueiras caminham para ganhar mercado no Rio Grande do Sul — e no mundo. Um projeto desenvolvido pela empresa Divinut, de Cachoeira do Sul, e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) busca fomentar a produção a partir da comercialização de mudas.
A iniciativa está sendo divulgada na Expodireto, em Não-Me-Toque, no norte do RS. A feira de inovações para o agronegócio vai até sexta-feira (14).
As trufas do tipo sapucay são fungos comestíveis benéficos para a noz-pecã e são encontradas na camada que fica entre o solo e as folhas. Além de ajudarem a planta a produzir mais, têm grande valor agregado nos pratos culinários.
O objetivo é fazer com que o cultivo seja mais uma opção de rentabilidade aos agricultores.
Edson Ortiz, diretor da Divinut, diz que há mercado nacional e internacional para isso. A empresa vende as mudas de nogueiras, dá assistência aos produtores e compra de volta a produção. Descascada, a noz abastece o mercado brasileiro e quatro continentes.
— Há uma possibilidade comercial contundente da exploração dessas trufas, que foram descobertas em Cachoeira do Sul. São trufas específicas da nogueira. Estamos há dois anos em pesquisas com inoculação de mudas e testes a campo para ver o que dá certo. Com certeza, tem um caminho para crescer — diz Ortiz.

Para melhor degustação, as trufas são servidas em lâminas junto aos pratos, ativando sinapses pelo paladar. Justamente pela peculiaridade, despertam interesse. O quilo da trufa chega a custar R$ 8 mil.
— Queremos montar um protocolo para levar o cultivo ao produtor. A ideia é que ele tire o maior número possível de nozes e de trufas, explorando as duas culturas ao mesmo tempo — completa o diretor da Divinut.