Referência em tecnologias para o agronegócio, a 24° edição da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no norte do RS, foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (4). Com chuva no parque e autoridades do setor em peso, a cerimônia contou com a presença do ministro da Agricultura Carlos Fávaro e do governador Eduardo Leite.
Outros nomes políticos e representantes de entidades do agro, entre eles os secretários da Agricultura, Giovani Feltes, e do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, compuseram a mesa.
Fávaro, que pelo segundo ano seguido desembarcou na Expodireto como ministro, relembrou os avanços do setor neste último ano, a começar pela condição das lavouras gaúchas, que em 2022 sofriam com a seca. Ele mencionou recursos do Plano Safra e, sem antecipar detalhes, falou que melhorias estão sendo preparadas para 2024.
Conforme Fávaro, está em fase de aprovação no Conselho Monetário Nacional estrutura para que se possa prorrogar as linhas de investimento que vencem neste ano e a criação de linhas de crédito com carência para os agricultores que se descapitalizaram.
— Se estamos tendo uma grande safra agora no Rio Grande do Sul, não esquecemos do passado, do passivo que foi gerado nos últimos anos, e aqui estamos para dar tranquilidade aos produtores — garantiu Fávaro.
Nei Manica, presidente da Cotrijal, realizadora da Expodireto, disse que o momento climático melhora as expectativas de boa safra no Rio Grande do Sul e, portanto, o otimismo em relação a feira. Mas não desconsidera o fator econômico, de preço das commodities em baixa e investimentos apertados. Ainda que alguns produtores estejam capitalizados para este ciclo, muitos acumulam passivos das últimas estiagens. Manica aproveitou para reforçar demandas ao ministro:
— Neste momento que tem chuva normalizando, não vamos achar que está resolvido. Precisamos, senhor ministro, buscar o entendimento de criar um seguro nacional robusto, onde as cooperativas, a indústria, o governo, todos participem para quando há uma catástrofe climática, termos esse fundo da cobertura ao Estado e à economia do nosso país.
O mais importante, diz Manica, é que as empresas vêm para a Expodireto com promoções e facilidades aos produtores, o que ajuda os negócios. A meta é, pelo menos, igualar a marca recorde do ano passado, quando foram comercializados R$ 7 bilhões.
— Devemos ter boas vendas, mas a situação do produtor não é tranquila — pondera Manica.
O presidente ainda destacou a presença massiva da China na feira este ano, maior delegação estrangeira participando da edição. O país asiático é o maior parceiro comercial brasileiro, mas tem indicativo de desaceleração econômica. Ainda assim, a expectativa da organização é de que a presença se concretize em bons negócios.
Eduardo Leite mencionou ações destinadas ao agro e citou anúncio recente feito pelo Estado, de que governo pretende aportar R$ 200 milhões recursos para subvenções nos próximos anos, além de investimentos em irrigação.
— Nossa expectativa com isso é alavancar em pelo menos 35% a área irrigada pelo Rio Grande do Sul aí nos próximos três anos. Ainda pouco, precisamos mais. Mas para que a gente possa avançar mais, entra a questão da regulamentação — disse Leite, encerrando os discursos da cerimônia.
A programação da Expodireto vai até sexta-feira (8) e aguarda mais de 320 mil visitantes até o encerramento da exposição.