Cooperativas de crédito têm se firmado como uma alternativa na hora de cuidar do dinheiro e fazer negócios. De acordo com o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo do Banco Central do Brasil (BC), publicado em novembro de 2022, o setor apresentou crescimento acima da média dos demais segmentos em 2021, se destacando como relevante provedor de crédito aos seus associados.
Ainda conforme o panorama, os cooperados somaram 13,6 milhões em dezembro de 2021, sendo 11,5 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de pessoas jurídicas, representando um aumento de 13,5% em 2021, comparado com os 9,5% em 2020, o que demonstra a ampliação da representatividade do cooperativismo em todas as regiões do país.
– Uma cooperativa de crédito capta recursos em um lugar e os aplica, por meio de empréstimos, financiamentos e resultados, na própria região. Não é um dinheiro captado em uma parte do mundo e aplicado em outra – explica a diretora geral da Unicred Premium, Roselaine Buttenbender, que salienta a contribuição das cooperativas para o desenvolvimento regional.
Com área de cobertura compreendendo 142 cidades, a Unicred tem um longo histórico de fomento no setor da saúde. Com o tempo e a expertise adquiridas, expandiu a atuação para outras áreas e categorias profissionais. Focada em serviços premium, oferece todos os produtos de uma instituição financeira, com mais uma vantagem inerente às cooperativas: taxas competitivas.
Em entrevista, Roselaine Buttenbender explica como isso é possível e fala do crescimento das cooperativas de crédito, Confira:
Quais as principais vantagens de participar de uma cooperativa de crédito?
Vejo quatro principais pilares para uma comunidade. O primeiro é a distribuição de resultados. Os sócios, por meio de assembleia, decidem como querem distribuir essas sobras, que criam renda para o cooperado. Outra questão importante é que uma cooperativa fomenta a economia local, girando os recursos ali mesmo.
O terceiro pilar é a participação nas decisões, por meio do voto em assembleia – em que os associados também recebem uma prestação de contas. E o quarto ponto é a oferta de soluções com taxas e preços acessíveis. Isso acontece porque não temos clientes, mas cooperados, então os produtos precisam ser bons para eles e para a cooperativa.
Que soluções são estas?
Tudo que um banco oferece. Como trabalhamos com público premium, temos produtos que atendem esse perfil. Nosso cartão de crédito, da bandeira Visa, está entre os melhores do Brasil. A previdência também se destaca, por ser fechada: o recurso acumulado ao longo da vida é do próprio cooperado, não vai para a instituição em troca de uma remuneração mensal.
Além disso, temos linhas específicas de crédito e captação. Tudo para atender de uma forma que faça diferença para o cooperado. Assim como o tomador quer as melhores taxas, o poupador quer o melhor rendimento. Nós trabalhamos bem nessas duas pontas.
Essas linhas específicas se destinam a que grupos?
Atendemos profissionais de todas as áreas da saúde, que marca nossa origem, e também engenheiros, arquitetos, contadores, administradores, economistas e empresários. Estudantes e funcionários de empresas dessas áreas também podem se associar.
As agências estão preparadas para esse perfil, evitando filas. A estrutura de algumas delas também conta com salas de reuniões, que podem ser reservadas sem custo, e de conveniência, com TV, jornal e água, entre outros itens à disposição dos associados.
Como você avalia o momento das cooperativas de crédito no Brasil?
Nos últimos anos, as cooperativas têm aparecido, cada vez mais, como parte da estrutura do sistema financeiro nacional, principalmente pela proximidade com os cooperados. Há algum tempo não se via tanta relação de patrocínios, exposição midiática etc.
Em algumas situações, sentimos que o mercado se fecha para novas operações, mas as cooperativas continuam a emprestar porque conhecem quem está com elas. Esse papel é muito significativo nas comunidades, como comentei antes. Por estar cada vez mais próximo, tem uma preocupação grande com as questões sociais. O próprio ato de cooperar fala muito disso: somos uma sociedade de pessoas.
As cooperativas assumem participação cada vez maior nos recursos e na própria carteira de crédito do sistema financeiro nacional. O próprio Banco Central tem olhado muito para isso, vendo as cooperativas como uma solução financeira inteligente para que as pessoas possam ter produtos mais acessíveis.