
Gato que não quer comer é mais comum do que você pensa. Aliás, isso é algo que pode ocorrer inclusive em função da palatabilidade da ração. Se for só isso, fica mais fácil resolver.
Saiba que, diferente dos cães, gatos são mais seletivos quando se trata do sabor do alimento. Você pode verificar que existe uma variedade de rações para felinos: de peixe, salmão, carne, cordeiro e até peru, especialidades que você não vê nas embalagens para o público canino.
Mas alto lá! Como saber se a falta de apetite se resolve com a simples troca da ração ou se é a manifestação de alguma doença?
Neurose de tutor
Seu gato come, sim, mas você acha que ele deveria comer mais. Se seu mascote não está magro, pode ser que seu senso de boa alimentação esteja muito acima daquele desejado por um gato. Ou seja, você tem a ideia de que gato saudável é gato rechonchudo.

Alimento pouco atrativo
O gato pode ter enjoado ou não sentir mais atração pelo alimento que foi oferecido. Sendo assim, talvez você deva cogitar a troca da ração. Mas saiba que isso deve ser feito sob supervisão. Trocar a refeição de um gato de uma hora para a outra pode trazer problemas gástricos e até renais.
Gato esperto
É, isso também existe. Seu felino sabe que se fizer cara feia para a comida, isso vai deixar o tutor preocupado Além disso, pode acontecer de seu bichano estar se alimentando em outro lugar, na casa de um vizinho ou em uma lata de lixo, por exemplo. Isso explica porque ele não come na sua casa.
Comida à vontade
Sim. Seu mascote pode ter enjoado de ter tanta fartura à disposição.
Como resolver
- É preciso horários e regras;
- Nunca ofereça petiscos durante a refeição dos donos da casa. Isso quebra o horário de alimentação do felino;
- Antes de pensar em trocar de alimento, deixe seu gato passar um pouco de fome por um período, que não seja superior a 36 horas. Às vezes a falta de apetite é transitória e passa;
- Coloque a ração, nos horários pré-estabelecidos, nos potes, de preferência grandes, sem que eles encostem seus bigodes nela;
- Retire a comida depois de 20 minutos à disposição. Ele vai entender que aquela foi a hora do almoço e se não comeu, terá de esperar;
- Havendo mais de um gato, deixe mais potes pela casa. Eles podem preferir se alimentar em diferentes locais e isso estimula a competição alimentar entre eles;
- Mas atenção! A birra de não comer não pode ser superior a dois dias, ainda mais se seu felino mostrar sinais de cansaço;
- Se ele belisca, mas não vai adiante, procure orientação veterinária e experimente trocar o sabor ou a marca da ração do seu gato. Isso deve ser feito de forma gradativa para não afetar o estômago do seu mascote e piorar ainda mais a situação;
- Costelas à mostra, pele frouxa e/ou cara de mal-estar é sinal de doença felina. Além disso, ficar mais de 36 horas sem comer afeta o equilíbrio ácido-básico do organismos dos gatos. Depois desse tempo, passam a ser afetados os rins, o que em felinos é algo bastante grave.
O que pode estar comprometendo o apetite de seu gato
Se em dois dias ele não comer ou se a troca gradual da ração não estiver dando resultados, você deve estar atenta a outras questões, como:
- febre
- depressão (ausência prolongada do tutor)
- viroses (FELV, FIV)
- dor de estômago
- intoxicação por ingestão de ratos envenenados ou plantas tóxicas para gatos;
- dores pelos corpo;
- disfunções hepáticas, renais e da tireoide;
- prenhez (fase inicial e final);
- em caso de gata prenhe em fase final de gestação, pode ser falta de apetite o início do parto, o que é esperado, ou, em casos extremos, a morte dos fetos.
Quando devo levá-lo ao veterinário?
Todo tutor conhece seu gato e passa a se preocupar com determinados sinais mostrados pelo felino. Esteja atenta se ele manifesta dor ao caminhar e mau hálito. Também observe se ele tem se refugiado pelos cantos da casa, se mia demais, se não o recebe com a mesma disposição de dias anteriores – sinais evidentes de que seu mascote está precisando de ajuda médica.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com .