
Adaptar filhote de gato com o cachorro antigo da casa é muito importante para evitar acidentes. Mesmo sendo seu cão sendo um animal da paz, o tamanho dele, assim como o temperamento, pode oferecer riscos. Por conta disso, leia com atenção o que segue:
Antes de levar o filhote de gato para casa...
• Se possível, faça um teste de adaptação antes da mudança definitiva, para ver como os dois se comportam. Assim, você tem uma ideia da resposta imediata do seu cão ao filhote;
• Frequentar a casa dia sim, dia não, por um determinado tempo, é uma boa forma de adaptação;
• Cães mais idosos tendem a exigir menos cuidados por parte dos seus tutores. Cada ano que passa, menores são as probabilidades de ele se incomodar com a presença do gato. Mas podem estar acostumados à solidão e não serem companheiros do gato por conta disso;
• Se você tem uma cadela, talvez ela receba melhor o filhote do que um macho;
• Se o gatinho foi recolhido da rua, certifique-se de que recebeu devidas vacinas. Da mesma forma, procure conhecer um pouco mais de sua personalidade antes de levá-lo para casa. Animais que ficaram à própria sorte podem ser mais submissos ou agressivos no que se refere a dividir espaço. Isso depende de suas experiências anteriores com cães;
• Jamais embarque nessa aventura se é sabido que seu cão é agressivo e ciumento. Se este é o seu caso, os cuidados devem ser redobrados e a adaptação poderá levar muitas semanas – podendo até mesmo não dar certo;
Depois que levar o filhote de gato pra casa...
• Não espere ter uma vida tranquila se pretende colocar no mesmo pátio um Pastor Alemão com um gatinho. Não quer dizer que o cachorro vai atacá-lo, mas já vi gato ter o intestino perfurado por uma brincadeira. Só quando o felino se tornar adulto e saber se defender das brincadeiras mais perigosas é que você voltará a ter sossego;
• É interessante manter a rotina do cão para ele não se sentir prejudicado com a chegada do novo integrante;
• Não force o convívio dos animais quando um se mostra muito refratário à presença do outro. Isso só piora a adaptação;
• Se tiver filhos, explique a eles que o cão está passando por um momento desadaptação e que pode ter ciúmes do gato. Estenda a eles a necessidade de estarem por perto para evitar acidentes. Da mesma forma, faça-os compreender que a adaptação não pode ser algo forçado;
• Dê ao antigo mascote uma atenção exclusiva e demonstre naturalidade quando o mais novo se inserir no cenário;
• Não dê chance ao azar. Evite deixar o gato recém-chegado solto na sala enquanto você toma banho se o cachorro também está livre pelo ambiente.
Três lições básicas
Bom senso
Embora o instinto animal permaneça - sabe-se que cachorro pode implicar com gatos - o principal para adaptar os dois animais é o bom senso. Se você sabe que seu cachorro é agressivo, nem tente. E se ele é cinco vezes o tamanho do menor, jamais deixe-o sozinho até que essa diferença seja menos expressiva.
Atitude defensiva
Mesmo que pareçam duas criaturas boazinhas e solidárias, em função do tamanho, acidentes acontecem. Nos primeiros dias em que você aproximar os animais, tenha em mente que o cão pode machucar o gato. Monitorar aproximação deles requer muita atenção nos quatro, cinco primeiros dias.
Paciência, muita paciência
Cada caso é um caso e estamos falando de personalidades distintas. O fundamental é estar sempre presente nos primeiros dias para que os mascotes conheçam seus limites e se tornem bons companheiros. O que não deixa de ser uma das principais finalidades ao se adquirir um segundo pet – companhia ao mais velho morador. Para que ambos socializem, serão necessárias novas regras para que um não afronte o espaço já conquistado do outro.
Saiba ainda que...
Às vezes a gente se surpreende e descobre que tudo o que faltava na casa era uma gatinho esperto para fazer a alegria do cachorro. Mas siga atenta, ainda mais se for sabido que as personalidades irão bater de frente uma com a outra.
Contudo, se você não tem como evitar a chegada do filhote na sua casa e seu cão é desses que não vai gostar do assunto, peça ajuda a um adestrador. O profissional vai acompanhá-los por um período que pode ser longo e isso ajuda a evitar problemas comportamentais no futuro. Ademais, um pet que vive com medo de ser atacado e se esconde do outro não é um animal feliz.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.