Quem nunca sentiu câimbras durante a prática de exercícios físicos ou se deparou com pessoas que precisaram interromper uma atividade por conta do desconforto?
Câimbras são contrações rápidas e involuntárias, que ocorrem de maneira inesperada e podem trazer bastante dor. São recorrentes na região posterior da perna, como as panturrilhas, mas podem atingir outras regiões do corpo.
Conforme a médica do esporte Sohaila Younes, a sobrecarga do corpo por conta de um possível excesso ou atividades físicas prolongadas podem ser uma das motivações para que haja a tensão na musculatura.
— Geralmente, costumam acontecer por conta de uma fadiga muscular. Se é realizado uma intensidade maior (de esforço físico) do que aquele corpo é capaz de lidar naquele momento e se não houver um descanso adequado, isso pode desencadeá-las — explica.
Outros estímulos podem estar associados à ocorrência dos espasmos, afirma a especialista:
— A desidratação é uma causa comum de câimbras, assim como a falta de eletrólitos, que são minerais essenciais para o bom funcionamento do corpo. O principal deles é o sódio, que é o nosso sal comum. A falta de cálcio, magnésio e potássio no organismo também podem levar às contrações.
A realização de exercícios físicos em ambientes muito quentes e úmidos também pode contribuir. Isso porque as altas temperaturas podem predispor uma perda maior de hidratação por conta do suor, provocando a queda desses minerais importantes para a função muscular.
Como evitá-las?
Tendo em vista as possíveis causas, é preciso um olhar atento à progressão adequada nos níveis de esforço físico, assim como ao consumo adequado de água e de nutrientes.
— O que se deve fazer quando se está começando uma modalidade: primeiro, progredir de forma lenta e gradual. Não realizar uma atividade muito além daquilo que se está preparado. Fazendo uma progressão lenta e um descanso adequado entre uma sessão e outra de treinamento, se reduz a chance de fadiga e, consequentemente, a chance de câimbra — destaca a profissional.
Além disso, a ingestão de alimentos ricos em cálcio, magnésio e potássio é importante para a manutenção da estrutura e da funcionalidade das fibras musculares. Tais minerais são encontrados em laticínios, oleaginosas, vegetais verdes escuros e em algumas frutas e legumes.
O sódio, presente no sal comum de cozinha, é outro elemento de destaque para evitar as câimbras. Contudo, seu consumo exige moderação.
A médica do esporte também orienta que, caso o indivíduo vá realizar exercícios intensos ou em ambientes quentes e úmidos, é necessário redobrar os cuidados com a hidratação, ingerindo a quantidade de água correspondente ao peso corporal.
— A medida ideal é 35 ml a 50 ml por quilo de peso corporal — recomenda. Por exemplo, uma pessoa que pesa cerca de 70 quilos, deve consumir de 2,4 a 3,5 litros de água por dia.
Nesses casos, há também a recomendação de ingestão de um repositor hidroeletrolíticos, que são as bebidas esportivas — chamadas de isotônicos —, que possuem água, carboidratos e eletrólitos que auxiliam no bem-estar.
Por fim, realizar o aquecimento físico específico prévio à modalidade que se está praticando e um alongamento após o treino também ajudam a reduzir a incidência. O resultado é um estímulo da circulação sanguínea e a reposição dos nutrientes.
As câimbras podem atingir esportistas de diferentes modalidades, sejam amadores ou profissionais. Mas, independentemente do nível, é importante ter um acompanhamento com profissionais habilitados a orientar o praticante.
Tive uma câimbra, como aliviar?
Caso o desconforto apareça, o ideal é iniciar ações imediatas que ajudem a cessar a contração, promovendo o relaxamento daquele músculo.
— A primeira medida a ser tomada é o alongamento daquele membro, seguido por uma massagem e uma reposição hidroeletrolítica o mais breve possível, com água e sais minerais — aponta Sohaila Younes.
Quando procurar ajuda?
A médica orienta que, caso as contrações passem a ser frequentes durante a prática de um exercício ou após a realização, enquanto se está dormindo, por exemplo, um especialista deve ser procurado para uma avaliação:
— Se acontecer de forma intensa, prolongada e não tiver uma resolução breve com as medidas locais, sim, ela pode se tornar um problema para o esportista. Caso venha a acontecer esse problema com uma frequência maior, deve-se realizar uma investigação para tentar descobrir a possível causa.
*Produção: Carolina Dill