O modo de fazer é parecido, mas a mobilidade e o alongamento são dois tipos de treinos diferentes. Enquanto o primeiro trabalha a articulação, o segundo, os músculos. A confusão pode ser em razão dos exercícios, que são semelhantes, podem ser feitos em qualquer lugar e são praticados só com o peso do corpo.
Os benefícios, entretanto, são distintos, como explica Lidiane Requia Alli Feldmann, professora do curso de Educação Física na Ulbra. Com o envelhecimento e o sedentarismo, a musculatura tem uma tendência de encurtar, o que pode dificultar a execução de atividades do dia a dia, como por exemplo, pegar um objeto no alto ou calçar um sapato. Desta forma, o alongamento ajuda a manter a funcionalidade e a flexibilidade dos músculos.
— Ele tem a proposta também de manter e aumentar a amplitude do movimento e, ao mesmo tempo, aliviar dores.
Além disso, passar muito tempo sentado ou deitado pode auxiliar na diminuição gradual da capacidade de realizar movimentos. Hoje em dia, as pessoas passam muito tempo sentadas na frente do computador, com atividades laborais que exigem pouco do corpo. Nesses casos, o treino de mobilidade pode ser uma alternativa para estimular as articulações, principalmente as do tornozelo, quadril, tórax e ombros.
— Ela ajuda a manter a funcionalidade das articulações, diminui a rigidez e auxilia para prolongar a vida útil.
Forma de praticar
Outra diferença entre os dois está no modo de praticar: no alongamento são feitos exercícios de forma estática, para provocar um estiramento no músculo.
— São aqueles movimentos, por exemplo, sentado com as pernas unidas e estendidas e tentando alcançar os pés, ou então com a perna cruzada, sentado ou deitado, com uma perna fazendo como se fosse o número quatro.
Já no treino de mobilidade, as articulações são exploradas com exercícios dinâmicos e estáticos.
— Rotação de braço, rotação de perna, flexionar e esticar as pernas, todos esses movimentos são de mobilidade.
Além disso, esse tipo de exercício pode potencializar outros treinos, como a hipertrofia.
— Se você fizer musculação, que exige bastante da musculatura e das articulações sem aquecê-las, fazendo só aeróbico, isso pode causar lesões. Então o treino de mobilidade também vai ajudar na prevenção de lesões e na potencialização do treino de força.
Quando treinar?
A professora explica que não há contraindicação para a prática de ambos os treinos, todas as pessoas podem praticar. Se for aliar a outros exercícios, a profissional indica o momento certo para encaixar as atividades.
— Uma pessoa que tem uma vida mais sedentária e com mais dores, a indicação é fazer os exercícios de mobilidade e alongamento antes do treino de musculação, por exemplo. E os demais poderiam fazer depois.
Atividades aliadas
Mesmo diferentes um dos outro, a professora reitera que é importante que as duas modalidades sejam aliadas.
— Só trabalhar um dos dois não é tão efetivo. É importante trabalhar ambos, porque daí movimenta tanto articulação, quanto a musculatura.
O ideal, reforça a professora, é que haja uma indicação profissional, para entender as necessidades de cada um.
— Não existe uma receita de bolo. O certo é que a pessoa tenha um acompanhamento em que o profissional faça uma anamnese, que é uma entrevista para conhecer cada um e depois organize os treinamentos de acordo com as necessidades de cada um.