A abertura da Expointer na Casa RBS teve um gostinho especial. No último sábado (24), Diogo Carvalho, do Destemperados, e Gisele Loeblein, colunista de Zero Hora, receberam representantes do setor da carne, do vinho e do azeite para debaterem o terroir gaúcho e a importância da cultura desses três produtos para a economia do Rio Grande do Sul.
Estiveram no palco do Food Talks, Ana Doralina, gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada, e Luciano Rebellatto, presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS). Fundador do Azeite Batalha, Luiz Eduardo Batalha participou via vídeo. A enóloga e sommelière da Vinícola Campestre, Caline Rasador, também participou do bate-papo, trazendo dicas de como harmonizar os três insumos às vésperas da degustação de churrasco com carne Angus, vinhos da Campestre e azeites Batalha.
SOLO RICO, PRODUTO DE QUALIDADE
Sabemos que as terras deste Estado são muito produtivas e dão resultados tão excelentes quanto saborosos. Não à toa, temos diversos produtos gaúchos reconhecidos: vinhos premiados, carnes certificadas, azeites internacionalmente contemplados.
Mas, é claro que nem só o solo faz o produto vingar. É necessário todo um cuidado em todos os passos e processos para o melhor resultado: no plantio das oliveiras, na atenção com o gado, na arquitetura dos parreirais. Tudo é meticulosamente planejado. E isso fica cada vez mais claro quando ouvimos os painelistas falarem.
O que foi unanimidade é de que as pessoas, inclusive nós gaúchos, foi de que consumíssemos os produtos locais para incentivar cada vez mais a recuperação do Estado, especialmente onde a tragédia de maio afetou.
— Consumir produtos gaúchos também é uma forma muito eficaz de reerguer a nossa própria economia — comentou Gisele.
Na mesma sintonia, Luciano Rebellatto foi além.
— Você vai estar ajudando o nosso produtor, o nosso Rio Grande do Sul, e não vai ter diferenciação em questão de qualidade. Com certeza estarão bem servidos — afirmou.
A qualidade do que é daqui também é percebida pelos produtores de azeites de oliva. Luiz Eduardo Batalha explicou que há 50 anos produz azeitonas no Sul do Estado e ainda comentou que 100% do azeite produzido no Brasil é de boa qualidade e fez um pedido.
— Não larguem do rabo do agronegócio, tem que estar grudado o tempo todo, porque é a grande alavanca do sucesso desse país — alega.
Para quem consome a carne gaúcha, Ana Doralina aconselha a questionar a sua procedência e confiar no produtor daqui.
— Reconheça todo o trabalho dessa cadeia para entregar esse produto. E pergunte! A pergunta que você faz chega lá no produtor rural, pode acreditar que sim — reitera.